Suécia, que ignorou lockdown, agora vê sua capital com UTIs lotadas
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Quase um ano depois da eclosão de um surto que mudaria o destino de milhões de pessoas e colocaria governos contra a parede, um país reconhece que sua estratégia chegou a um limite. Nesta quarta: as autoridades da cidade de Estocolmo, capital da Suécia, alertaram que seus leitos de UTIs estão praticamente todos ocupados.
A declaração foi interpretada como um sinal real de que a tática usada pelo governo de não decretar um lockdown e permitir que a economia fosse mantida aberta cobra seu preço. Além de uma superlotação, o chefe do serviço de saúde local solicita que o governo nacional mande enfermeiras especializadas e outros funcionários para ajudar.
No total, a Suécia soma 7,3 mil mortes, uma taxa muito superior aos países vizinhos que impuseram medidas de confinamento. Na Dinamarca, o país soma menos de 800 mortes, contra apenas 415 na Finlândia e 350 na Noruega.
"Precisamos de ajuda", disse Bjorn Eriksson, diretor de saúde para a região de Estocolmo. Segundo ele, 814 pessoas estão internadas neste momento na área onde ele opera, com 83 em UTIs. "Isso corresponde mais ou menos a todos os leitos de cuidados intensivos que normalmente temos", disse ele.
Além do pedido de ajuda, o governo admite que vai solicitar ao Parlamento a autorização para decretar o fechamento de lojas e academias de ginástica. Hoje, o Executivo não tem poderes para declarar um lockdown. Se entrar em vigor, a lei apenas daria ao governo tal direito a partir de março de 2021.
Outra medida em consideração é a de abandonar o caráter voluntário das restrições adotadas nas últimas semanas. Para as autoridades, a população precisa seguir as recomendações.
Diante de uma segunda onda da covid-19 ainda mais intensa que a primeira, a Suécia abandonou no mês passado sua estratégia de permitir a abertura quase plena de sua sociedade e anunciou novas medidas de controle.
O governo escandinavo foi usado de uma forma ampla por membros no Palácio do Planalto e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro como exemplo de um país que não fechou sua economia.
Mas até os suecos abandonaram sua estratégia. "A situação está piorando", disse o primeiro-ministro Stefan Lofven, no mês passado. Ao sair da primeira onda, no começo do ano, o governo chegou a dizer que uma segunda onda era "improvável".
As reuniões que estavam permitidas até 50 pessoas em março foram cortadas de forma drástica. A partir de novembro, os encontros se limitaram a oito pessoas. Durante o verão, o número autorizado chegou a 300. "Não saiam para jantar, não façam festas. Cancelem", apelou o chefe do governo.
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