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Por Amazônia, deputados europeus bloqueiam acordo com Brasil
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Numa votação realizada na noite de terça-feira, o Parlamento Europeu bloqueou qualquer tipo de avanço na ratificação de um acordo comercial entre a UE e o Mercosul, em mais uma derrota para a diplomacia brasileira.
O acordo, negociado durante 20 anos, foi fechado em 2019. Mas, para entrar em vigor, o Parlamento Europeu e todos os demais parlamentos nacionais precisam ratificá-lo. Diante das políticas ambientais do governo de Jair Bolsonaro, além de questões sociais e de direitos humanos, o lobby contra o tratado tem crescido e, de fato, há um impasse sobre como fazer o acordo entrar em vigor.
Agora, porém, parlamentares europeus aproveitaram a aprovação de uma nova estratégia agrícola em Bruxelas para apresentar uma emenda ao texto do informe que estava sendo discutido. Na emenda, os deputados incluíram um texto que trata especificamente do acordo com o Mercosul.
Liderado pelo bloco ecologista, a emenda aponta que o Parlamento "enfatiza que o acordo Mercosul-UE não pode ser ratificado da forma que está já que, inter alia, não garante a proteção de biodiversidade, em especial na Amazônia, nem garante padrões agrícolas".
452 deputados votaram a favor da emenda, 170 contra e houve 76 abstenções.
No governo brasileiro, a recusa de alguns na Europa em aprovar o tratado é considerado como uma estratégia do lobby agrícola protecionista, que não quer a concorrência de produtos do Mercosul. Os ecologistas negam que esse seja o motivo.
Nas redes sociais, a deputada Anna Cavazzini (Verdes) comemorou a aprovação da emenda, indicando que a referência ao Mercosul é um "sinal forte" da postura do Parlamento Europeu.
Para 2022, observadores em Bruxelas indicam que dificilmente o acordo será colocado para ratificação pela Europa, inclusive diante de eleições na França. Negociadores, porém, continuam buscando uma forma de permitir que o tratado comercial possa ser desvinculado dos compromissos ambientais e que a queda de tarifas de importação seja acelerada em setores considerados como estratégicos.
Mas a estratégia enfrenta forte resistência, enquanto movimentos sociais, de direitos humanos e ambientalistas insistem em rejeitar qualquer ação por parte da UE que represente uma chancela ao governo Bolsonaro.
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