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Brasil cobra dinheiro dos países ricos para fechar acordo na COP26
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Joaquim Leite, o ministro do Meio Ambiente, cobrou os países ricos para que façam um gesto para romper o impasse nas negociações na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Falando num evento em Glasgow nesta terça-feira, ele deixou claro que o Brasil já fez seu gesto e, agora, cabe às economias do G7 reciprocar com promessas de recursos.
Ele, porém, não citou o desmatamento recorde, o desmonte dos sistemas de fiscalização, os projetos de legalização do garimpo e a recusa do governo em demarcar terras indígenas.
"O Brasil conseguiu mostrar movimentos ambiciosos. Estamos conseguindo fazer negociações importantes, principalmente sobre o financiamento", disse Leite. Para ele, "o desafio global é a transição responsável".
Leite insiste que o valor de US$ 100 bilhões por ano que deveria ser transferido pelos países ricos aos mais pobres já não é suficiente. "Precisamos de mais de US$ 100 bi por ano. Um banco já fala de US$ 5 trilhões", destacou. O valor havia sido fixado em 2009, mas nunca foi implementado de forma completa.
"O Brasil fez gestos importantes. Agora é o momento dos grandes, do G7, da UE, para mostrar também movimento claro para trazer solução. E a solução é econômica. A emergência é financeira", defendeu.
Leite qualifica o tema de "desafio gigantesco", mas insiste que "punir ou parar" fluxos não serão soluções. "A solução é incentivar e inovar", defendeu.
Mea Culpa
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, foi o único no evento a romper com o discurso oficial. "Temos que fazer mea culpa", defendeu. "Ao sentar à mesa de negociações, há uma premissa real e temos um problema grave de desmatamento", disse.
Segundo ele, esse problema "alarma o mundo" e o Brasil hoje tem "uma crise de imagem com os demais países". "Reconhece-lo é fundamental", completou.
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