Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Após anos de polêmicas, OMS comemora Nísia Trindade na Saúde: "Excelente"
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A OMS (Organização Mundial da Saúde) comemorou a decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de escolher uma cientista para liderar o Ministério da Saúde e destaca que quer trabalhar com o novo presidente para assegurar acesso a serviços no Brasil e no resto do mundo.
Nesta semana, a pasta foi assumida pela cientista e pesquisadora Nísia Trindade Lima. Ela é a primeira mulher a chefiar o ministério, depois de já ter sido a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entre 2017 e 2022.
Para Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, a escolha do governo é "excelente". "Conhecemos Nísia muito bem, tem ampla experiência e espero que ela contribua significativamente", disse.
Tedros ainda comemorou a posse de Lula, "Sei do compromisso de Lula pela saúde, seu forte compromisso pela saúde para todos. Como OMS, queremos trabalhar de maneira próxima com ele, não apenas no Brasil, mas também no mundo", completou.
Maria van Kerkhove, diretora técnica da OMS, também confirmou que a nova ministra é uma velha conhecida da agência internacional. "Damos as boas vindas ao novo governo e estamos ansiosos para trabalhar com Nísia", disse a representante, numa coletiva de imprensa em Genebra.
A OMS destacou como, ao longo da pandemia, buscou trabalhar com cientistas, independente de quem presidia o país. A meta, segunda a diretora, era a de transformar a ciência em medidas para salvar vidas. "Agradeço aos cientistas do Brasil e do restante do mundo", afirmou.
Ao longo dos piores meses da pandemia, a cúpula da OMS chegou a chamar Bolsonaro de "louco" e causou profundo mal-estar na entidade a manipulação que o ex-presidente brasileiro fazia das declarações e informações da agência internacional. Em diversos discursos e intervenções, Bolsonaro contorceu as falas de Tedros para justificar suas próprias posições.
Também foi amplamente criticada a postura do ex-governo brasileiro de buscar uma tensão com a China, além de questionar a legitimidade do próprio Tedros Ghebreyesus. Bolsonaro chegou a dizer que o diretor da OMS "sequer era médico" e que, portanto, não deveria ser escutado. Tedros foi Ministro da Saúde da Etiópia entre 2005 e 2012 e é formado em biologia. Tem mestrado em Imunologia de Doenças Infecciosas pela Universidade de Londres, doutorado pela Universidade de Nottingham.
Enquanto isso, nos bastidores, os técnicos da agência saíram em busca de manter contatos com a Fiocruz e instituições científicas que pudessem dar respostas diante da ameaça da covid-19.
Nísia, segundo a coluna apurou, passou a ser um dos pontos de contato alternativo da OMS, desesperada diante do negacionismo dos bolsonaristas e da recusa do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por aprofundar as relações com a agência internacional.
Ao assumir o ministério da Saúde, a nova titular disse que sua gestão seria "pautada pela ciência", declaração comemorada pelos parceiros internacionais.
"Serão revogadas, nos próximos dias, as portarias e notas técnicas que ofendem a ciência, os direitos humanos, os direitos sexuais e reprodutivos, e que transformaram várias posições do Ministério da Saúde em uma agenda conservadora e negacionista da ciência", destacou a nova ministra.
Nísia é doutora em sociologia, mestre em Ciência Política (1989), pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj - atual Iesp) e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde é docente.
A nova titular do Ministério da Saúde é pesquisadora de produtividade de nível superior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.