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Os 8 últimos anos foram os mais quentes já registrados, diz agência da ONU
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A transformação do clima do planeta é uma realidade e os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados. Os dados estão sendo divulgados nesta quinta-feira pela Organização Meteorológica Mundial (OMM, agência da ONU com sede em Genebra). De acordo com a entidade, isso seria resultado de concentrações crescentes de gases de efeito estufa e calor acumulado.
Quais são as constatações dos cientistas:
- A temperatura média global em 2022 foi de cerca de 1,15 °C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900).
- 2022 é o oitavo ano consecutivo (2015-2022) em que as temperaturas globais anuais atingiram pelo menos 1°C acima dos níveis pré-industriais.
- 2015 a 2022 são os oito anos mais quentes de que há registro.
Diante deste cenário, a entidade alerta que cresce a probabilidade de ultrapassar o limite de 1,5°C, estabelecido pelo Acordo de Paris.
Desde os anos 1980, cada década tem sido mais quente do que a anterior, uma tendência que deve continuar. Os oito anos mais quentes têm sido todos desde 2015, com 2016, 2019 e 2020 constituindo os três primeiros.
Os cientistas destacam que 2022 apenas não foi mais quente por conta da persistência do impacto do La Niña, agora em seu terceiro ano e que assegurou um esfriamento das temperaturas. Ainda assim, 2022 foi "apenas" o quinto ou sexto ano mais quente.
Seguindo a entidade, porém, este impacto de resfriamento será de curta duração e não reverterá a tendência de aquecimento a longo prazo causada por níveis recordes de gases de efeito estufa que retêm o calor na atmosfera.
Como esses dados podem ser comparados com momentos anteriores? De acordo com os cientistas, a temperatura média de 10 anos para o período 2013-2022 é de 1,14 °C acima da linha de base pré-industrial de 1850-1900. Isto se compara com 1,09°C de 2011 a 2020, conforme revelou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O que isso quer dizer? Que simplesmente o aquecimento a longo prazo continua a ser intensificado.
Na avaliação da agência da ONU, o mundo já vive as consequências dessas mudanças. "Em 2022, enfrentamos vários desastres climáticos dramáticos que ceifaram muitas vidas e meios de subsistência e prejudicaram a saúde, a alimentação, a segurança energética e hídrica e a infra-estrutura", afirmou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
"Grandes áreas do Paquistão foram inundadas, com grandes perdas econômicas e baixas humanas. Ondas de calor recordes foram observadas na China, Europa, América do Norte e do Sul. A seca prolongada no Chifre da África ameaça uma catástrofe humanitária", disse.
Segundo ele, o aquecimento global e outras tendências de longo prazo da mudança climática devem continuar por causa dos níveis recordes de gases de efeito estufa na atmosfera que retêm o calor.
Ondas de calor extremas, secas e inundações devastadoras afetaram milhões e custaram bilhões este ano, de acordo com o relatório da Organização Meteorológica Mundial.
"Há uma necessidade de aumentar a preparação para tais eventos extremos", disse Taalas. Existem também grandes lacunas nas observações meteorológicas básicas na África, o que tem um grande impacto negativo sobre a qualidade das previsões meteorológicas", explicou.
Para chegar a essa conclusão, a OMM utiliza dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o Goddard Institute for Space Studies (NASA GISS) da NASA, o Met Office Hadley Centre do Reino Unido e a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT), e o grupo Berkeley Earth, além do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Alcance e da Agência Meteorológica do Japão (JMA).
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