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Ucrânia diz que Zelensky quer visitar Lula no Brasil
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Numa conversa telefônica com o assessor especial da presidência, Celso Amorim, o gabinete do presidente Volodymyr Zelensky informou nesta terça-feira que o ucraniano quer visitar o Brasil. O gesto faria parte de um esforço para aproximar Kiev aos países latino-americanos e, ao mesmo tempo, convencer o presidente Luiz Inácio da Silva a visitar a capital ucraniana, num ato de reciprocidade.
A mensagem foi dada por Andrii Iermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano. Em março, no primeiro contato por vídeo conferência entre Lula e Zelensky, o ucraniano convidou o brasileiro a visitar Kiev. Lula não atendeu ao pedido e apenas sinalizou que o momento chegaria para que essa viagem ocorresse. O brasileiro também foi convidado por Vladimir Putin para visitar a Rússia e também declinou o convite.
Na tentativa de se posicionar com um eventual facilitador de um diálogo entre as duas partes no conflito, o Brasil vem adotando uma postura de abstenção em muitos dos votos nos organismos interacionais em resoluções sobre a crise. Mas, ao mesmo tempo, vota pela condenação na agressão russa, enquanto se recusa a fornecer armas ou apoio diplomático aos ucranianos.
A relação entre os dois países, porém, está estremecida, depois que um desencontro durante a cúpula do G7 impediu que Lula e Zelensky se encontrassem. O governo brasileiro insistiu que ofereceu três horários diferentes para o encontro e que, em um certo momento, os ucranianos simplesmente não apareceram para a reunião.
Dentro do governo brasileiro, uma das interpretações é de que Zelensky tentou enfraquecer a posição de Lula como um eventual facilitador no conflito. Uma outra ala prefere não transformar a situação numa crise, ainda que internamente o governo ucraniano tenha ironizado as propostas de Lula. Uma das classificações, num comentário depreciativo, é de que seriam "criativas".
Agora, ao tentar reconstruir pontes, Iermak sinalizou que o país seria um dos convidados para uma eventual "cúpula da paz".
Mas o Palácio do Planalto tem dúvidas sobre quais seriam as intenções da reunião. Para aceitar o convite, o governo brasileiro insiste em saber o que estaria na agenda, quem seria convidado e até que ponto seria uma negociação, ou mais uma demonstração de força por parte dos ucranianos.
O governo brasileiro ainda quer saber se haverá, antes de uma cúpula da paz, encontros entre negociadores para poder preparar o terreno. Tradicionalmente, os presidentes apenas se reúnem quando há um entendimento mínimo já pré-negociado entre diplomatas.
Os ucranianos, porém, insistem que apenas existe um plano de paz sobre a mesa e que ele envolveria, antes de qualquer negociação, a retirada de todas as tropas russas do território ucraniano. Para Moscou, não há sequer como iniciar um diálogo nessas condições.
Na esperança de convencer os principais países emergentes a se unirem ao projeto ucraniano, o governo da França conversa com seus parceiros europeus para propor mudanças no plano de paz ucraniano.
Mas, pelo menos por enquanto, não existe data, lista de participantes, agenda e nem local para o que seria supostamente uma cúpula da paz.
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