Joildo Santos

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Opinião

Equilíbrio no uso das telas e da IA sem perder a essência humana

Vivemos na era da informação instantânea. O celular virou extensão do nosso corpo, trazendo o mundo para dentro da nossa realidade. Mas será que estamos realmente aprendendo mais ou só nos distraindo melhor? O equilíbrio no uso das telas não é luxo, é necessidade. A tecnologia pode ser uma aliada do aprendizado ou um obstáculo, dependendo de como a usamos.

O problema não é a tela em si, mas o tempo e a intenção que colocamos nela. Antes, para buscar conhecimento, a gente precisava de bibliotecas e livros físicos. Hoje, tudo está a um clique de distância. Mas informação demais sem filtro vira ruído. O que estamos consumindo? Quanto do nosso tempo de tela está sendo usado para aprender e crescer?

Nas favelas e periferias, celular e internet não são só entretenimento: são ferramentas de ascensão social. Nunca foi tão fácil acessar cursos, aprender uma nova habilidade ou se conectar com oportunidades. Mas tem um porém: se a gente não souber usar bem, acaba caindo no consumo passivo. Quem passa horas no celular sem objetivo claro pode estar só reforçando ciclos de distração, sem avançar na vida.

Agora, entra um novo elemento nessa equação: a inteligência artificial. A tentação de ter respostas prontas é grande, mas precisamos cuidar para não nos tornarmos reféns dessa facilidade. Se dependermos só da IA para pensar e produzir, perdemos nossa capacidade de análise e criatividade. O aprendizado de verdade exige esforço, reflexão e, acima de tudo, boas perguntas.

As novas tecnologias são incríveis, e a gente precisa se apropriar delas. Mas elas não podem substituir a busca ativa pelo conhecimento. A IA pode ajudar, mas não pode ser a única fonte de informação. Quem só recebe respostas sem questionar ou refletir vai ter dificuldade quando não tiver essa ferramenta disponível. No fim das contas, o diferencial sempre será o ser humano: nossa criatividade, intuição e pensamento crítico são insubstituíveis.

Mais do que nunca, formar pensamento crítico é indispensável para as novas gerações e para o futuro da nossa sociedade. Em um mundo onde excesso de informação se confunde com conhecimento, saber analisar, interpretar e questionar é o que faz a diferença. Precisamos ensinar a filtrar o que consumimos, conectar ideias e criar soluções inovadoras, sem depender só da tecnologia para isso.

O segredo está no equilíbrio. Quem quer transformar o celular e a IA em aliados do aprendizado pode seguir algumas estratégias:

  • Tempo consciente: Defina horários para estudo e aprendizado, sem distrações.
  • Curadoria de conteúdo: Siga perfis e canais que realmente agreguem conhecimento e te levem para outro nível.
  • Uso ativo: Anote, reflita, compartilhe. O aprendizado acontece de verdade quando interagimos com o que consumimos.
  • Desconectar para conectar: O mundo real também ensina. Conversar, experimentar e praticar são essenciais.
  • Perguntar mais do que responder: Use a IA para expandir seu conhecimento, mas sempre com um olhar crítico e questionador.

A tecnologia deve servir aos nossos objetivos, não o contrário. Se soubermos usar bem o tempo de tela e a IA, transformamos um desafio em oportunidade.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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