O sindicalismo policial é impulsionado por anistias
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O sindicalismo policial voltou a se assanhar no Brasil. O pedaço mais visível desse assanhamento é o levante da Polícia Militar do Ceará. No pedaço ainda submerso do problema há corporações armadas ameaçando inaugurar novas rebeliões em outros estados. Vive-se novamente um problema que se tornou cíclico no Brasil. Na origem dessa encrenca está uma anomalia chamada "anistia".
Num intervalo de cinco anos, entre 2011 e 2015, o Congresso Nacional aprovou duas grandes anistias para bombeiros e policiais que realizaram mais de três dezenas de greves ilegais e motins em 22 Estados e no Distrito Federal. O flagelo da anistia tornou-se o principal estímulo às paralisações das polícias.
Diz-se que a PM do Ceará está em greve. Bobagem. O que há é um motim. Afirma-se que o senador Cid Gomes praticou um ato político. Não houve política no ato do senador. O que houve foi um gesto de truculência. Policial que troca a farda pelo capuz equipara-se a bandido. Senador que substitui o argumento pela retroescavadeira iguala-se aos velhos coronéis arcaicos da política brasileira.
Quando foram votadas no Congresso as anistias para amotinados, policiais cearenses estavam entre os beneficiários e parlamentares do atual partido de Cid Gomes, o PDT, votaram a favor do perdão. Agora, os PMs do Ceará ocupam quarteis de arma na mão e capuz na cabeça, desafiando a Constituição e decisões do Supremo Tribunal Federal, porque sabem que mais tarde serão anistiados.
A repetição dessa engrenagem, além de envergonhar o país, onera o Tesouro, porque quando o caldo entorna os estados sempre chamam a cavalaria da Força Nacional de Segurança e do Exército. Quem paga a conta é você.
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