'Abracei meio Congresso', diz senador com covid-19
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Se viver não é fácil, conviver tornou-se algo arriscadíssimo. Alcançado pelo covid-19, nome da nova versão de coronavírus que percorre o mundo à procura de encrenca, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) caprichou na simpatia antes de conhecer o diagnóstico. "Eu abracei meio Congresso", contou ao Globo.
O senador não encostou o vírus apenas nos colegas —entre eles Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, presidentes da Câmara e do Senado. Trad confraternizou também com três ministros que foram ao Congresso: Paulo Guedes (Economia), Henrique Mandetta (Saúde) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
"Você entra lá dentro, vindo de uma viagem internacional, e acaba abraçando os caras", justificou Nelsinho. "A gente gosta deles. Eles gostam da gente. A gente abraça, pergunta como foi". O senador integrou a comitiva que viajou com Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.
Na viagem de volta, por uma trapaça da sorte, o senador Nelsinho ficou na linha de tiro das secreções disparadas por outro infectado: Fabio Wajngarten, o chefe da Secretaria de Comunicação do Planalto.
"Eu tenho certeza que peguei no avião", declarou o senador. "Eu estava no banco 'um' e ele (Fabio) estava no 'dois', logo atrás de mim. Qualquer tossida ou espirro dele vinha na minha nuca."
Alcolumbre cogitou visitar Nelsinho em casa. Foi desaconselhado pelo próprio paciente, que amarga uma quarentena domiciliar. Algumas das inúmeras vítimas do abraço do senador submeteram-se a exames. O de Alcolumbre deu negativo.
Para desassossego de Paulo Guedes, que pede pressa na votação das reformas econômicas, o Congresso é pressionado a suspender suas atividades temporariamente.
Nessa hipótese, o êxito do coronavírus seria completo. Além de atacar a saúde das pessoas e dos mercados, o vírus fecharia os plenários de onde sairiam, na visão idílica do Posto Ipiranga, as melhores respostas para a crise.
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