Paulo Coelho mira em Bolsonaro e acerta o Brasil
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Não há mercadoria mais bem distribuída no mundo do que a tolice. Sempre foi assim. A diferença é que, hoje, a tolice dispõe da vitrine da internet. Paulo Coelho se definiu no perfil das redes sociais de forma irônica. Classificou-se como um "eremita online". Eremita é o sujeito que foge do convívio social. No ambiente online, pode-se fugir da realidade, não do convívio com a tolice alheia.
Paulo Coelho não gosta de Jair Bolsonaro. Direito dele. Converteu sua oposição ao presidente em tolice no instante em que defendeu no Twitter o "boicote às exportações brasileiras." Do contrário, disse ele, o 'talibã cristão controlará o país." Com essa manifestação, o escritor fez oposição não ao presidente, mas ao Brasil e aos brasileiros, cujo bem-estar depende da recuperação da economia. A recessão que atormenta os brasileiros magnifica a tolice de Paulo Coelho, que vive na Suíça.
As redes sociais viraram uma grande praia onde as pessoas expõem sua nudez intelectual sem se preocupar com Freud. E nada é mais triste do que o nu que ninguém pediu, o nu que ninguém gostaria de ver. O diabo é que mesmo a nudez indesejada, quando exposta online, sempre encontrará admiradores e detratores. A admiração e, sobretudo, a aversão podem elevar a nudez intelectual à categoria dos temas mais comentados.
Quando isso ocorre, a tolice ganha vida própria, saltando do ambiente online para o mundo real. Por isso, estamos nós aqui a desperdiçar o nosso tempo com a análise de uma tolice. O próprio Paulo Coelho reconheceu que fez papel de tolo ao apagar o tuíte sobre o boicote às exportações brasileiras. O problema é que, nas redes sociais, viver é como escrever um livro sem corretor ortográfico. O escritor Paulo Coelho descobre o ódio da pior maneira.
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