Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Doria imprime na própria pele tatuagem de elitista
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Em política, tudo o que precisa ser explicado não é bom. Todo o mal começa com as explicações. Durante a pandemia, o governador de São Paulo João Doria vem se especializando em fornecer o material que seus adversários usarão contra ele na campanha presidencial de 2022. No penúltimo escorregão, Doria deixou-se filmar e fotografar neste domingo, tomando sol num hotel chique do Rio de Janeiro, sem máscara.
Os filhos de Bolsonaro cuidaram para que as imagens corressem as redes sociais. Doria foi vendido pelo bolsonarismo como um personagem que faz o avesso do que impõe aos paulistas em matéria de precaução sanitária. A assessoria do governador apressou-se em confirmar que Doria esteve na piscina do hotel de luxo, "em momento de descanso" com sua mulher, "sem promover aglomerações."
Como qualquer brasileiro, Doria tem todo o direito ao repouso. Mas talvez devesse considerar a hipótese de desfrutar do conforto de sua mansão. Ou de ambientes privados proporcionados por amigos. Não foi a primeira vez que o governador escorregou.
No final do ano passado, Doria trancou o estado de São Paulo em casa e voou para Miami. Refugiou-se no estrangeiro com sua mulher horas depois de impor a volta do isolamento dos paulistas à draconiana fase vermelha. Fotografado, teve de dar meia-volta. Mal aterrissou nos Estados Unidos, Doria correu às redes sociais para anunciar que retornaria a São Paulo, cancelando uma folga que duraria dez dias.
A imagem do banho de sol no Rio surgiu num instante em que Doria tem dificuldades para convencer o PSDB, seu partido, de que pode ser um bom candidato ao Planalto em 2022. Uma das deficiências que o tucanato enxerga em Doria é sua baixa projeção nacional.
Alega-se que o governador é visto como um personagem elitista. Doria parece empenhado em dar razão aos correligionários. É como se imprimisse na própria pele uma tatuagem de elitista. Certos políticos, que descuidam da própria imagem, não costumam ser vistos pelo eleitor como políticos certos.
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