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Conheça planos de Bolsonaro para reagir à CPI
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Bolsonaro discute com aliados e assessores uma estratégia para reagir à aprovação, na próxima terça-feira, do relatório em que a CPI da Covid o acusa de cometer nove crimes. A reação terá duas vertentes, uma jurídica e outra política.
No campo jurídico, a Advocacia-Geral da União deve se antecipar à avaliação de Augusto Aras, encaminhando ao procurador-geral da República uma petição questionando a constitucionalidade do relatório da CPI.
Na arena política, Bolsonaro deve intensificar os ataques a Renan Calheiros. Além de questionar a idoneidade do relator, sustentará a tese segundo a qual Renan atuou na CPI a serviço da candidatura presidencial de Lula.
As duas linhas de defesa são frágeis. Alega-se que a CPI não teria poderes para investigar o presidente e subverteu o princípio constitucional da separação entre os Poderes ao indicar Bolsonaro pela prática de nove crimes.
Augusto Aras tem uma propensão natural para arquivar acusações contra Bolsonaro. Mas terá de encontrar justificativa mais criativa se não quiser ser acusado de prevaricação.
A biografia de Renan, crivada de processos criminais, não o recomenda. Mas a defesa de Bolsonaro na sessão de leitura do relatório da CPI foi feita pelo líder do governo Fernando Bezerra, indiciado pela Polícia Federal junto com o filho, o deputado Fernando Coelho, sob a acusação de receber de R$ 10,4 milhões em propina de empreiteiras como contrapartida à execução de obras entre 2012 e 2014, época em que foi ministro do governo petista de Dilma Rousseff.
Ninguém ignora, de resto, os vínculos de Renan com Lula. Mas apontar a simpatia do senador pela candidatura do pajé do PT não apaga os crimes e perversões colecionados durante a investigação parlamentar.
Bolsonaro foi associado a acusações sólidas: trocar ciência por ficção científica, espalhar mentiras, desperdiçar verbas com falsas soluções, incitar a prática de crimes, negligenciar cuidados sanitários óbvios, receitar poções mágicas, retardar a compra de vacinas, estimular o contágio do vírus, ignorar avisos sobre corrupção...
Sobre essas coisas, o primogênito Flávio Bolsonaro disse que seu pai deu uma gargalhada. E o próprio presidente declarou que não tem culpa de nada. No seu caso, nada é uma palavra que ultrapassa tudo.
Fica evidente que Bolsonaro não dispõe de um tratamento precoce capaz de eliminar a infecção que envia sua reputação à UTI.
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