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G20 e COP26 expõem ruína da logomarca Brasil
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Já se sabia que a gestão Bolsonaro havia rebaixado a imagem do Brasil no exterior. Desvalorizada por uma ruína em que se misturam a inflação, o desemprego, o descontrole das contas públicas, os mortos da pandemia e o desmatamento da Amazônia, a logomarca Brasil havia sido empurrada, por assim dizer, para os fundões da loja. O G20 e a COP26 devolveram o Brasil à vitrine. E as debilidades do país ficaram à mostra para quem passa na rua.
A exibição ganhou ares de desastre graças a dois fatores: 1) A presença de Bolsonaro na reunião do G20 revelou que os líderes das maiores economias do mundo são incapazes de enxergar o valor do presidente brasileiro; 2) A ausência de Bolsonaro na COP26, cúpula climática da ONU, provou que ele é incapaz de demonstrar o valor que imagina ter. Numa reunião, os chefes de Estado fugiram de Bolsonaro. Noutra, Bolsonaro fugiu de si mesmo. O Brasil saiu menor de ambas.
Sob Bolsonaro, a diplomacia brasileira retrocedeu três décadas. Valendo-se de sua relevância para o Meio Ambiente, o Brasil atuava como protagonista desde o início da década de 1990. Cresceu ao sediar a Rio 92. Ganhou influência ao contribuir decisivamente para a costura do acordo de Paris, em 2015. Manteve a credibilidade ambiental em sucessivos governos. De repente, Bolsonaro jogou esse ativo diplomático e comercial pela janela.
Num vídeo gravado na semana passada e exibido nesta segunda-feira no pavilhão brasileiro montado na COP26, Bolsonaro disse que o Brasil é parte da solução. Por videoconferência, o ministro Joaquim Leite, do Meio Ambiente, anunciou metas seminovas. Disse coisas definitivas sobre 2030 e 2050 sem definir muito bem as coisas para 2021 e 2022.
Depois de pedalar em 2020 os compromissos de Paris e de passar dois anos consecutivos aumentando a emissão dos gases que aquecem o planeta, o Brasil fingiu elevar a meta de redução de carbono. Na verdade, retornou ao nível de 2015. Ou seja, continuará sendo visto como parte do problema.
A questão não é apenas que o Brasil se deprecia diante do mundo. O mais grave é que o país se desvaloriza perante si mesmo.
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