Josias de Souza

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Opinião

PF faz incursão nos negócios do PCC com a Polícia Civil de Tarcísio

A Polícia Federal realizou uma vistosa incursão na parceria firmada pelo PCC com um pedaço da Polícia Civil de São Paulo. Foram às ruas 130 agentes federais. Afora treze ordens de busca e apreensão, cumpriram oito mandatos de prisão. Entre os presos há um delegado e três policiais civis. São acusados de delinquências que ajudam a explicar por que Tarcísio de Freitas já não se anima a tratar as forças policiais do estado como corporações acima de qualquer suspeita.

A operação está relacionada à execução do empresário e criminoso confesso Antônio Vinícius Gritzbach. Foi passada nas armas no mês passado, à luz do dia, no aeroporto de Guarulhos. Lavava dinheiro do PCC. Dias do assassinato, tornara-se um delator valioso. Conhecia ramificações subterrâneas do PCC com a polícia, o sistema financeiro e a política. Em sua delação, acusara policiais civis de lhe roubar sete relógios caros e de exigir R$ 40 milhões para enterrar um inquérito em que era investigado por encomendar a morte de dois bandidos da facção criminosa.

Como se tudo isso fosse pouco, descobriu-se que o delator do PCC remunerava por fora um destacamento de policiais militares para lhe prestar segurança particular. Por um desses sortilégios do acaso, uma alegada pane mecânica no carro que transportava os guarda-costas deixou Vinicius Gritzbach desguarnecido justamente no dia em que sofreu a emboscada no aeroporto.

Desde que o crime foi cometido, Guilherme Derrite, o secretário de Segurança Pública que Tarcísio demora a demitir, promete elucidação rápida e punição exemplar. Os avanços obtidos pela força-tarefa composta pelo secretário são tímidos. Para desassossego de Tarcísio, aqueles que inventam pretextos para que alguma coisa não seja feita com a velocidade prometida, acabam sendo surpreendidos por alguém que está fazendo a coisa.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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