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MP do TCU pede investigação sobre a viagem de Mario Frias a Nova York
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Representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, o subprocurador Lucas Furtado pediu a abertura de investigação para apurar as circunstâncias da viagem do Secretário Especial de Cultura, Mario Frias, a Nova York. Ocorreu entre 15 e 18 de dezembro do ano passado. Custou ao Tesouro Nacional R$ 39 mil. Alegou-se que Frias precisava discutir com urgência projeto de audiovisual proposto pelo lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie, notório apoiador de Bolsonaro.
Lucas Furtado classificou a viagem de "verdadeira extravagância". Anotou na representação protocolada no TCU que o deslocamento do secretário de Cultura é uma "afronta ao princípio da moralidade administrativa, previsto expressamente no caput do artigo 37 da Constituição."
Para o subprocurador, o TCU precisa apurar se a viagem de Mario Frias "possui razões legítimas", vinculadas ao interesse do governo, ou se atendeu a "interesses privados". Furtado anotou: "Questiono-me sobre a necessidade do vultoso valor das passagens e da urgência na aquisição delas."
Frias tachou de mentirosa a notícia sobre a viagem, publicada pelo Globo. Manifestou-se por meio de postagem no Twitter. Entretanto, as informações constam do Portal da Transparência do governo. Ali, informou-se que o lutador Gracie precisava expor a Frias "um projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte".
Em plena era dos encontros virtuais, o secretário preferiu voar de Brasília até Nova York a abrir um aplicativo no celular —ou computador. Diante da preferência pelo encontro presencial, não se compreende por que Frias teve que ir ao encontro de Gracie, e não o contrário.
Para complicar, o secretário de Cultura levou a tiracolo seu adjunto, Hélio Ferraz, impondo novo custo de R$ 39 mil ao erário. Tudo somado, o contribuinte brasileiro desembolsou R$ 78 mil, sob o pretexto de que a dupla da cultura precisava conhecer um projeto cujo valor cultural está pendente de demonstração.
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