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Josias de Souza

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Após assassinato de Genivaldo, Bolsonaro sem capacete tornou-se escárnio

Colunista do UOL

01/06/2022 10h05

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Apenas 48 horas depois de declarar que deseja "justiça" no caso do assassinato de Genivaldo de Jesus Santos —mas "sem exageros e sem pressão por parte da mídia que sempre tem um lado, o lado da bandidagem"—, Bolsonaro voltou a se exibir sem capacete numa de suas motociatas. O que parecia apenas mais uma infração tornou-se um escárnio.

Foi justamente por não usar capacete no instante em que pilotava uma moto que Genivaldo teve a desventura de ser parado numa blitz da Polícia Rodoviária Federal. Os agentes o insultaram, revistaram, derrubaram, amarraram, enfiaram no porta-malas de uma viatura e asfixiaram com gás lacrimogêneo até a morte.

Pela tabela do Estado, a morte de Genivaldo e a boa vida de Bolsonaro têm o mesmo valor: R$ 293,47. É esse o preço da multa a que estão sujeitos os motociclistas sem capacete. Nenhum dos dois teve a oportunidade de pagar pela violação ao Código Brasileiro de Trânsito. A diferença é que, enquanto Bolsonaro continua infringindo a lei impunemente, Genivaldo encontra-se no fundo de uma cova.

Alguém precisaria impor a lei a Bolsonaro. Entretanto, ao presidente são permitidos todos os "exageros". Ninguém se dispõe a fazer "pressão". As autoridades parecem escolher a partir do nível de renda e de poder do bandido de que lado da "bandidagem" preferem ficar.