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Criminalidade na Amazônia é antiga, a novidade é cumplicidade de Bolsonaro
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De tanto desprezar o meio ambiente, Bolsonaro intoxicou o ambiente inteiro. Transformou a Amazônia em fator de desgaste da sua campanha à reeleição e, sobretudo, do Brasil. país. O caso que envolve o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips enche de ultraje o discurso oco segundo o qual Bolsonaro defende a soberania do Estado sobre a floresta. Naquela região, o poder soberano vem sendo exercido pela criminalidade.
O Brasil defende sua soberania na Amazônia desde os tempos de colônia. O pressuposto sempre foi o de que o Estado levaria a lei e a ordem à região. Essa pregação vem sendo sustentada ao longo dos tempos pela coroa portuguesa, pelo Itamaraty de Rio Branco, pelas Forças Armadas, pela Polícia Federal e pelos órgãos ambientais.
A despeito do lero-lero, nunca houve na Amazônia muita lei nem muita ordem. Antes de Bruno e Dom vieram muitas outras vítimas. Foram passados nas armas, por exemplo, Chico Mendes e a freira Dorothy Stang.
Sob Bolsonaro, porém, surgiu uma uma novidade perturbadora: o Estado passou a se confundir com a ilegalidade e com a desordem. A desmontagem do aparato ambiental revela que o presidente está do lado dos criminosos: madeireiros, mineradores, grileiros e pescadores ilegais. Essa turma, eventualmente, firma parcerias com o tráfico de drogas e de armas.
Por um capricho do destino, Bolsonaro teve a oportunidade de expressar seu desprezo pelo trabalho do indigenista e do jornalista. Bruno foi afastado, no alvorecer do governo do capitão, da chefia do departamento que zelava na Funai pelos chamados indígenas isolados. Dom recebeu uma canelada do presidente ao indagar sobre o compromisso do governo com a pauta ambiental.
Num instante em que 33 milhões de brasileiros passam fome e a inflação mastiga a renda de quem ainda dispõe de emprego, o meio ambiente tende a ser negligenciado. Entretanto, a inépcia programada da gestão Bolsonaro enfiou o meio ambiente na agenda da campanha.
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