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Com joias das arábias, Bolsonaro compraria tríplex do Guarujá várias vezes
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Sabe-se agora o que Bolsonaro fazia no Alvorada depois da derrota. Ele temperava sua alegada depressão organizando a pilhagem. Felizmente, auditores do Fisco impediram que enviasse para o caminhão de mudança as joias sauditas de R$ 16,5 milhões. Com esse dinheiro, Bolsonaro compraria vários imóveis como o célebre tríplex do Guarujá. Reformaria inúmeras vezes o famoso sítio de Atibaia.
Símbolo da era petista, o tríplex do Guarujá, que levou Lula para a cadeia, foi leiloado em maio de 2018 por R$ 2,2 milhões. As sentenças anuladas da Lava Jato orçaram em R$ 1,02 milhão as reformas que empreiteiras larápias fizeram no sítio de Atibaia. Fazendo-se uma conta de padaria, que desconsidera a correção monetária, as joias presenteadas pela Arábia Saudita comprariam sete imóveis como o tríplex. Cobririam 16 reformas no sítio.
Nesses tempos de semântica desvairada, nem todos são chamados de corruptos. Alguns apenas evoluem do liberalismo da rachadinha para a privatização das joias da coroa. Convém reformular o vocabulário do escândalo. Foi roubo o que Bolsonaro fez ao se apropriar de um estojo que o ex-ministro Bento Albuquerque conseguiu esconder dos fiscais da Alfândega. Surrupiou relógio, abotoaduras, caneta, anel e um rosário islâmico.
Tentou incluir no butim os diamantes enviados para Michelle Bolsonaro. Mobilizou a República. Meteram-se na garimpagem ilegal de joias três ministérios. Mastins fardados do capitão distribuíram carteiradas. E nada.
Na campanha presidencial de 2022, Bolsonaro fazia um dueto com seus devotos. O mito alardeava nos comícios: "Lula ladrão". E os súditos: "Seu lugar é na prisão." Levando-se a sério essa pregação, o lugar de Bolsonaro é no xadrez, não na Flórida.
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