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Zonzo, Bolsonaro concedeu entrevista de bêbado
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Mônica Bergamo publica na Folha uma ótima entrevista com Bolsonaro. Nela, o capitão exibiu uma conversa de bêbado. Às vésperas de ter os direitos políticos castrados por oito anos, repetiu que é imbrochável. Após fuzilar o próprio pé, numa sequência de erros que levaram à derrota de 2022, assegura que dispõe de uma bala de prata capaz de definir os rumos de 2026. "Mas não vou revelar!"
Zonzo, Bolsonaro exibe uma retórica de botequim. Sua retórica de bêbado continua repleta de falta de compostura e de asneiras. Entre uma expressão chula ("porra") e outra ("merda"), referiou-se ao golpismo que levará à sua inelegibilidade como uma grande conspiração.
Não atacou as urnas na reunião com os embaixadores estrangeiros. O bolsonarismo radical é feito de "senhorinhas com Bíblia debaixo do braço" e "senhorzinhos com a bandeira do Brasil nas costas". O 8 de janeiro foi coisa de infiltrados. Nessa versão, o encontro com embaixadores foi um evento diplomático e o golpismo que veio antes e depois foi um complô das imagens de TV mancomunadas com militares relaxados, financiadores distraídos e centenas de patriotas que depredaram os Três Poderes na frente das crianças.
Indagado sobre o que fará depois do veredicto do TSE, Bolsonaro disse: "Não vou me desesperar". Em seguida, numa evidências de está fora de si, declarou que, "num julgamento justo, serei absolvido por unanimidade". Ou seja: Bolsonaro perde as urnas, mas não perde a pose.
Bolsonaro demora a aprender que a política não é feita apenas de poses. Por trás da pose é preciso que exista uma noção qualquer de respeito à inteligência alheia. No curto prazo, a pose de vítima pode render dividendos. O poder de influência de Bolsonaro tende a decrescer na proporção direta do interesse do eleitor conservador de encontrar uma opção sóbria na direita nacional.
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