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Briga pela prefeitura de SP começa cedo e mal
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O calendário aproxima-se de 2024, o ano de eleições municipais. Os partidos escolhem candidatos e traçam estratégias. Em São Paulo, maior e mais rica cidade do país, a disputa começa muito cedo e mal. Até o dia da abertura das urnas, muito se vai ler e ouvir que em São Paulo se travará uma prévia da eleição presidencial de 2026. A febre federal atacará com força, contaminando e, talvez, engolindo o debate municipal.
Nesta segunda-feira, apenas três dias depois de o TSE tê-lo banido das urnas por oito anos, Bolsonaro colocou um pé na capital paulista. "A tendência é de ficar com Ricardo Nunes", disse o capitão, ensaiando o apoio à reeleição do atual prefeito de São Paulo. Em privado, Lula sinaliza que honrará o acordo firmado no ano passado para apoiar a candidatura municipal de Guilherme Boulos.
Imagina-se que, releito, o prefeito reforçaria o projeto presidencial do governador paulista Tarcísio de Freitas, tratado pelo bolsonarismo como primeiro na fila dos herderios do espólio político do inelegível. Bolsonaro evita antecipar o testamento. "Estou na UTI, não morri ainda." A eventual vitória de Boulos plantaria na cidade mais importante do país um adepto natural do quarto mandato de Lula.
Arma-se em São Paulo o próximo ringue nacional. Será uma briga sui generis. Bolsonaro (PL) e Lula (PT) entram com a polarização. O prefeito Nunes, do MDB, e o desafiante Boulos, do PSOL, entram com os punhos. E o eleitor entra com a cara.
Boa parte da aflição dos paulistanos é municipal. No entanto, só marginalmente se falará nos próximos meses da limpeza das ruas, das opções de transporte público, da confusão no trânsito, dos buracos no asfalto, da coleta de lixo, da atuação dos guardas municipais, do horário de funcionamento dos parques...
Os temas que importam para as cidades tendem a ser esmagados pela opção preferencial dos atores políticos pela refrega federal. Condena-se a maior metrópole do país à desatenção com o processo de degradação que a vitima.
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