Rotina de líder do 8/1 mostra que ódio vadio virou um meio de vida
A prisão tardia do golpista Diego Ventura, um dos líderes do acampamento de beira de quartel que descambou no quebra-quebra de 8 de janeiro, provoca duas sensações: surpresa e desalento. É surpreendente que esse radical ainda estivesse livre. É desalentadora a percepção de que o bolsonarista Ventura se tornou um fanático full time.
A Polícia Federal recolheu Diego Ventura na noite de quinta-feira, na cidade fluminense de Campos dos Goytacazes, num atividade batizada de "assembleia nacional da direita brasileira". A maioria dos brasileiros convencionais, de esquerda ou de direita, estava na noite passada em casa, preparando-se para dormir, antes de mais um dia de trabalho.
A rotina de Ventura tem sido intensa. Liderou um grupo de extremistas no acampamento do quartel-general do Exército, em Brasília. Pilhado às vésperas do Natal passado a caminho do Supremo Tribunal Federal com estilingues, rádios comunicadores e faca, Ventura chegou a ser preso pela Polícia Militar brasiliense. Por uma cilada da azar, foi solto. Bateu ponto na quebradeira de 8 de janeiro. Agora faz serão em assembleias de ultradireita.
Está entendido que o ódio vadio tornou-se um meio de vida no Brasil. Resta saber agora de onde gente como o preso Diego Ventura retira os recursos que enchem a sua geladeira. Com sorte, uma sentença condenatória prolongará estadia na cadeia. Nessa hipótese, as refeições passarão a ser financiadas pelo contribuinte.
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