Aliança Nunes-Bolsonaro é do tipo em que a união faz a farsa
Já se sabia que a união de Ricardo Nunes com Bolsonaro resultaria num convívio difícil. O que ninguém imaginava é que, nesse casamento, a felicidade conjugal só seria possível a três. O prefeito mal esconde sua vergonha. O Capitão pisca para o lado direito. No escurinho, lideranças bolsonaristas roçam sua ideologia no histrionismo de Pablo Marçal.
O assanhamento do bolsonarismo é tanto que os traidores de Ricardo Nunes esquecem até de lembrar —ou lembram de esquecer— que Marçal dedicou-se a espinafrar o "mito" nos poucos meses em que ensaiou uma candidatura presidencial em 2022.
Antes que o Pros, seu partido na época, lhe puxasse o tapete para aderir a Lula, Marçal postou que "Bolsonaro é fruto de um ato sexual de Aécio Neves e Dilma Rousseff." Disse que o 'L' e a arminha "são o mesmo sinal". Afirmou que Lula e Bolsonaro "são farinha do mesmo saco". A diferença é que um admira Fidel Castro e outro cultua Brilhante Ustra. De resto, "falta um dedo em um deles".
Dias atrás, Bolsonaro traiu Nunes com uma declaração. Disse que o prefeito não era seu "candidato dos sonhos". Flertou com Marçal, a quem definiu como "uma pessoa inteligente", que "tem sua virtudes".
Alertado por membros do alto-comando bolsonarista sobre as críticas que Marçal lhe fez no verão passado, Bolsonaro compartilhou num grupo de WhatsApp vídeo que traz a expressão "M de mentiroso". Na peça, Marçal diz que não buscou o apoio de Bolsonaro.
Os seres humanos, como se sabe, não são iguais. A igualdade absoluta é uma impossibilidade genética. Mas não se deve discutir com Marçal e Bolsonaro quando um chama o outro de farsante e mentiroso. Convém não discutir com especialistas. No fundo, Nunes talvez tenha uma ponta de arrependimento. Costurou com Bolsonaro uma aliança do tipo em que a união faz a farsa
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