História mostra que não termina bem a Industrialização do ódio
Campanha eleitoral movida a ódio não é novidade no Brasil. Nos exemplos mais manjados, Jânio Quadros, Fernando Collor e Jair Bolsonaro chegaram ao Planalto entoando discursos raivosos. O fenômeno se repete agora, em âmbito municipal, na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A diferença é que Pablo Marçal é menos sutil.
Marçal parece inspirar-se no comentário de Nelson Rodrigues segundo o qual os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. O candidato já confessou em entrevista que produz idiotices em série porque o eleitor, por idiota, desejaria esse tipo de mercadoria.
A julgar pela inanição da pauta de propostas de Marçal, não se pode continuar tratando o eleitorado com punhos de renda, pois as pesquisas indicam que o ódio tornou-se competitivo na disputa paulistana. Resta recordar que todas as vezes que a raiva foi industrializada com propósitos políticos a coisa terminou mal.
Jânio renunciou. Collor foi deposto. Bolsonaro perdeu a reeleição, foi declarado inelegível e mata o tempo na fila, como uma sentença criminal esperando para acontecer no Supremo. Isso tudo depois de ter comprado por quatro anos o engavetamento de mais de uma centena de pedidos de impeachment com verbas orçamentárias secretas.
Na era das redes sociais, a idiotice ganhou asas. Nesse contexto, a melhor vacina contra a desqualificação política ainda é a qualificação do voto.
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