Plano de Bolsonaro de compor um trisal em São Paulo virou pó
Na velocidade da luz, 84% dos cerca de 1,7 milhão de votos de Pablo Marçal migraram para Ricardo Nunes. Detectado no último Datafolha, o movimento ocorreu antes que Bolsonaro tivesse a chance de "mergulhar" em São Paulo, como prometeu depois da abertura das urnas do primeiro turno.
O sumiço na propaganda eleitoral e nos atos de campanha na primeira fase da corrida paulistana grudou no tornozelo de Bolsonaro a bola de ferro da deslealdade. Até Silas Malafaia avaliou que a covardia fez do "mito" uma "porcaria" de líder. Num instante em que Nunes abre 22 pontos de vantagem sobre Boulos (55% a 33%), o interesse tardio do capitão piora o que já era ruim.
Segundo o Datafolha, a rejeição a Boulos entre eleitores de Marçal é acachapante: 92%. Quem construiu a ojeriza que elevou a taxa de rejeição de Boulos a intransponíveis 58% foi Marçal. Quem ajudou a incorporar esse eleitor aos 22 pontos de vantagem que distanciam Nunes de Boulos não foi Bolsonaro, mas Tarcísio de Freitas.
O plano de transformar a parceria de Tarcísio com Nunes numa espécie de trisal acorrentou Bolsonaro à pecha de oportunista. Falando pela boca do filho Carlos, o capitão sustentou que foi ele, não o governador, quem converteu a ojeriza da direita paulistana em votos para Nunes. A pretensão denuncia um ciúme juvenil revelador. Bolsonaro percebe com atraso que não é dono do conservadorismo.
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