Josias de Souza

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Opinião

PT transforma sucessão interna num processo de autofagia

Ao transferir Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde, entregando a Gleisi Hoffmann a pasta que cuida da articulação política do Planalto, Lula imaginou que enxaguaria a roupa suja da sucessão interna do PT. Mas a lavagem de roupa prosseguiu. O petismo briga consigo mesmo. Transformou a escolha do novo presidente da legenda, marcada para julho, num processo de autofagia. O que está em disputa é a coordenação do projeto Lula-2026.

Nesta segunda-feira, dia em que Padilha e Gleisi começam a dar expediente nas novas funções, o circo do PT pega fogo. O fósforo foi riscado na quinta-feira da semana passada. Em reunião no apartamento de Gleisi, com a presença de Lula, aliados da nova articuladora do Planalto empilharam razões para evitar que o comando do PT caia nas mãos de Edinho Silva, o predileto do presidente. O encontro seria reservado. Mas a aversão a Edinho ganhou o noticiário.

Neste domingo, numa reunião partidária na cidade paulista de Matão, Edinho levou os lábios ao trombone. Disse estar "indignado". Considera que "Lula foi usado", pois a reunião foi convocada a pretexto de construir a "unidade" partidária e foi "vazada para a imprensa como instrumento de luta interna."

A saída prematura de Gleisi da presidência do PT, para assumir o ministério, consolida a antecipação de uma disputa de espaço na zona de influência do projeto de reeleição de Lula. Gleisi sinaliza em privado que deseja cuidar das costuras políticas de 2026. Uma atribuição que Edinho imagina que Lula delegará a ele, como futuro presidente do PT.

Lula usou a ebulição do PT como energia para impulsionar o início de sua reforma ministerial. Agora, as fagulhas do partido do presidente obscurecem o objetivo de converter o remendo na Esplanada num fator de aperfeiçoamento do governo.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

38 comentários

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Maria das Graças

O PT acabou (a exemplo do PSDB), Lula está pelas últimas e, com inflação alta e sem o fiasco Bolsonaro como adversário, não haverá reeleição. O resto é esperneio da militância. 

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Flávio Caraccio

A nossa sorte é quw o Lula é tão ganancioso e centralizador que nao existe um sucessor...ele nao admite essa possibilidade ... desta forma, o PT e boa parte da esquerda desaparecerá com o Lula, pois ainda bem ele nao é imortal !!!!

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Usitecnica

Está chegando a hora dele fazer o acerto com o diabo, vai arder no fogo do inferno, sua petulância e arrogância só maldades com os pobres, seu egoísmo e tão grande quanto sua dívida, mas da justiça divina ninguém escapa.

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