Pesquisa explica por que Lula leva carta da dúvida ao baralho
Lula incluiu a carta da dúvida no baralho sucessório. Desde que declarou, na semana passada, que "2026 já começou", insinua, paradoxalmente, que pode desistir de disputar um quarto mandato. Seus operadores políticos não o levam a sério. Mas pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira mostra que tornou-se um desafio duro de roer para Lula identificar a melhor hora para deixar o palco por cima.
Tomado pelos dados da pesquisa, Lula vive algo muito parecido com um inferno astral. A erosão de sua popularidade ocorre em nichos do eleitorado que sempre foram suas cidadelas. Perdeu terreno entre os eleitores do Nordeste, os menos escolarizados, os mais pobres e as mulheres.
Em 2022, Lula atingiu o pico de sua carreira política. Impulsionado pelo fator democrático, livrou o país, por pequena margem de votos, de uma reeleição de Bolsonaro. Verifica agora, na largada da segunda metade do seu terceiro mandato, que não conquistou eleitores do campo adversário. E assiste à debandada de nacos do seu eleitorado cativo.
A aprovação do trabalho de Lula caiu cinco pontos desde dezembro do ano passado. A desaprovação do seu governo subiu seis pontos. A imagem do inquilino do Planalto e de sua gestão entrou no vermelho. Pela primeira vez, a avaliação negativa supera a positiva.
Para 50% do eleitorado (50%) o Brasil está na direção errada. Para 65%, Lula não entrega os rios de mel que prometeu na campanha. Dois em cada três brasileiros (66%) avaliam que o governo mais errou do que acertou na crise do Pix. O vexame pode ter funcionado como ignição. Entretanto, há outras fagulhas. Mais de oito em cada dez eleitores (83%) estão irritados com o preço dos alimentos. A violência escalou o topo da preocupação da plateia, à frente da economia.
Lula terceiriza o tropeço do Pix à Receita Federal. Atribui a inflação dos alimentos aos desastres climáticos e à ganância dos varejistas. Queixa de que governadores barram no Congresso proposta do Ministério da Justiça para reforçar o combate ao crime organizado.
O diabo é que, num regime presidencialista, as crises e os grandes problemas ganham a cara do presidente. A solução costuma envolver medidas amargas, que não ornam com a conveniência de um candidato prematuro. Contra esse pano de fundo, a pesquisa Quaest como que convida Lula a refletir sobre a identificação do momento fugaz em que uma coisa se transforma em seu excesso. Ou no seu oposto. O instante exato em que termina a ascensão e começa a queda de uma biografia.
57 comentários
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Robson Rog Rio Silvestre
Ahhh josinho já vai pular co barco?...não não...siga ai até ele afundar...vc ganha pra isso....siga defendendo o governo do amor....estatais falidas de novo...povo enganado de novo....rombo fiscal recorde....preços nas alturas....segura firme ai....
João Luís Nery
Lule acabou faz tempo. Só foi eleito por conta do PTSE e STF. Os eleitores dele só existem nas urnas magicas do PTSE que nao podem ser auditadas. Desde que foi eleito nao pode sair nas ruas. Eleiçao nao se ganha, se toma, como disse o togado que nao sai dos holofotes e que adora viajar, menos fazer o trabalho dele
Joao Henrique Furlan Carnietto
E ainda o sujeito pensa em se candidatar em 2026??? Acho melhor é ele ser carta fora do baralho, a ex tru ma esquerda que lute para achar um sucessor, se não é tchau querides!!!