Projeto Centrão de Poder avança
A sucessão interna do Congresso, marcada para este sábado, virou uma antiapoteose. O jogo foi jogado antes do recesso parlamentar. No Senado, retorna ao trono Davi Alcolumbre, um dos artífices do orçamento secreto. Na Câmara, assume o comando Hugo Motta, um ex-pupilo de Eduardo Cunha que se apresenta como versão carinhosa de Arthur Lira, sem o chicote.
Minoritário no Congresso, o Planalto não ousou empinar nomes alternativos. Rendido, o governo preencheu o vazio das férias legislativas com uma reforma ministerial com cara de remendo. Lula busca no bloco parlamentar de sempre não o mérito, mas os nomes que lhe parecem politicamente mais rentáveis.
Noutros tempos, a maior ambição de deputados e senadores era jantar com o presidente. Hoje, os parlamentares jantam o presidente. Num intervalo de três décadas, o vocábulo "governabilidade" ganhou no Brasil um sentido gangsterístico.
Na campanha, Lula prometeu mudanças no relacionamento com o Congresso. Nos dois primeiros anos, nem tentou. Chega aos dois últimos, com a popularidade em queda e rendido aos esquemas que se reagrupam agora em torno de Davi Alcolumbre e Hugo Motta.
Esse jogo consolida o único empreendimento que prospera no Brasil: o Projeto Centrão de Poder. Baseia-se na ocupação predatória dos cofres públicos. Seu objetivo central é assegurar que as verbas do Orçamento federal continuem escoando pelo ladrão.
Opinião
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25 comentários
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Lea Netto Furtado
E a imprensa é colaboradora desse roubo aos cofres públicos pelo tal centrão/Lira. Se fizesse o que fez com Lula na época da Lava Jato, colocaria a população para pressionar o congresso e ajudaria a tirar esses meliantes de lá pelo voto.
Jose Carlos Fagnani
Nada disse, num debate que assisti o Lula falou que não existe esse negócio de centrão, centrão não é partido politico, ele iria dialogar com os partidos politicos e tudo estava resolvido. Só que não
Daiana Priscila Biazoto
A imprensa segue te enganando e escondendo que Lula quebrou o País