Asilo a peruana fornece pretexto para eventual fuga de Bolsonaro
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Ao conceder asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, Lula pode não ter produzido um bom exemplo. Mas forneceu um fabuloso pretexto. Lula não poderá reclamar se num futuro próximo Bolsonaro recorrer ao mesmo expediente para fugir da pena de prisão que o espreita.
Nadine é mulher do ex-presidente peruano Ollanta Humala, próximo de Lula e do PT. O casal foi condenado a 15 anos de cadeia por lavagem de dinheiro e uso de caixa dois eleitoral de US$ 3 milhões. O dinheiro sujo veio da empreiteira brasileira Odebrecht, rebatizada de Novonor. A empresa admitiu o repasse.
No Brasil, provas, confissões e sentenças vinculadas à Odebrecht foram enterradas vivas pelo Supremo. No Peru, afundaram três ex-presidentes. Allan Garcia cometeu suicídio. Alejandro Toledo fugiu para os Estados Unidos. Extraditado, amargou sentença de 20 anos. Chegou a vez de Ollanta Humala, preso na terça-feira.
Nadine foi levada de roldão porque é cofundadora do partido do marido. Fugiu para o Brasil junto com o filho menor de idade. Ao conceder-lhe asilo, Lula reconheceu implicitamente uma ilusória perseguição política. Foi deselegante com o Judiciário do Peru. Ao mandar um avião da FAB para buscar a condenada, Lula foi desrespeitoso com o contribuinte brasileiro.
Réu no Supremo, Bolsonaro frequenta a conjuntura como um presidiário esperando na fila para acontecer. Só não se sabe se estará em casa quando os rapazes da Polícia Federal baterem na sua porta. Se estiver escondido numa embaixada, Lula será lembrado de sua generosidade com a condenada peruana caso decida negar um salvo-conduto para o rival fugir do Brasil.
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