Josmar Jozino

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Presos pela morte de tenente da PM em SP pedem para ficar em ala do PCC

Os irmãos Erick, 26, e Alexandre Alencar Reif, 28, presos como suspeitos de envolvimento na morte do tenente aposentado da PM Ricardo Boide, 52, pediram à diretoria do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Itapecerica da Serra, na Grande SP, para ficar na ala do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os dois irmãos são filhos de um sargento aposentado da Polícia Militar, como divulgou esta coluna no domingo (9). Fontes policiais disseram à reportagem que ambos exercem liderança na prisão e pediram à diretoria da unidade para ficar na mesma ala dos prisioneiros do PCC.

A vítima teve a casa invadida por assaltantes no último dia 4, em Itapecerica. Os criminosos encontraram a farda dele e o torturaram com faca, cassetete, choques elétricos, socos e pontapés porque ele era policial. Boide foi levado como refém no carro da enteada e acabou encontrado morto no dia seguinte.

Ricardo Boide, de 52 anos, foi torturado em casa antes de ser morto em SP
Ricardo Boide, de 52 anos, foi torturado em casa antes de ser morto em SP Imagem: Reprodução/YouTube/TV Bandeirantes

Além dos irmãos Reif, investigadores da equipe do delegado titular de Embu das Artes, Pedro Buk, também prenderam Welington Aquino dos Santos, 35, o Salete, apontado como líder do bando, e o comparsa dele, Jhonatan Santos do Vale, 26. A Justiça decretou a prisão preventiva dos quatro acusados.

Salete também é apontado pela Polícia Civil como integrante da facção. Condenado a 8 anos e 10 meses, ele ficou recolhido nas Penitenciárias de Junqueirópolis e Assis, no oeste do estado, e em Parelheiros e Franco da Rocha, na Grande São Paulo, fortes redutos da organização criminosa.

Os irmãos e o comparsa Salete foram reconhecidos por testemunhas como os assaltantes que invadiram a casa do tenente e apavoraram o oficial e a família dele. Com os Reif foram apreendidos uma pistola roubada do PM aposentado, e com o líder da quadrilha, a aliança de casamento da vítima.

Quem são os suspeitos

Outro lado: O quarteto foi preso no último dia 5. Erick contou à polícia que respondeu processo e cumpriu dois anos de pena por roubo. Ele negou envolvimento na invasão à casa do tenente. Alexandre não tinha antecedentes criminais e na delegacia permaneceu em silêncio.

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Os Reif eram conhecidos no Parque Paraíso, em Itapecerica da Serra, como ladrões de moto e de residências. Salete e Jhonatan também ficaram calados quando estavam detidos na Delegacia de Embu das Artes. Eles se reservaram ao direito de falar apenas em juízo.

A quadrilha é apontada como responsável por uma série de roubos violentos em chácaras e condomínios de Embu das Artes, São Lourenço da Serra e Itapecerica da Serra. A equipe do delegado Pedro Buk já investigava os criminosos e chegou a fazer um organograma do bando.

A defesa de Jhonatan disse que, "no devido tempo será demonstrado que o suspeito não tem qualquer ligação com o quanto veiculado pela mídia".

"É sabido que o pré-julgamento carreado pela imprensa é capaz de destruir a vida daquele a quem são atribuídos os fatos. Portanto, forçoso que respeitem Jhonathan e os seus e que a justiça faça o seu trabalho", afirma a nota enviada ao UOL por Resek, Siqueira, Moura e Santos Advogados.

Até agora foram presos 13 assaltantes. Alguns foram capturados durante a Operação Caapora, deflagrada para desarticular os criminosos envolvidos nos roubos a residências na região. Outros 12 integrantes do grupo estão foragidos.

Os criminosos entram nas casas pela mata, aterrorizam as vítimas, recolhem joias e objetos de valor e exigem a senha das contas bancárias para transferir dinheiro via Pix. Só da família do tenente aposentado foram transferidos ao menos R$ 100 mil.

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A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Erick, Alexandre, Welington e dos demais acusados, mas publicará a versão dos defensores de todos eles, caso haja manifestação.

Reportagem

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