Josmar Jozino

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Reportagem

Sobrinho de Marcola preso pela PF irá para cadeia de segurança máxima no CE

Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, 25, sobrinho de Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital), deverá completar 26 anos de idade atrás das grades em uma prisão de segurança máxima no Ceará.

Ele é filho de Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, 52, também integrante da cúpula do PCC, e foi preso por agentes da Polícia Federal em 24 de abril deste ano, em um condomínio de luxo na cidade de Itajaí, Santa Catarina.

Francisca Alves da Silva, 54, mulher de Alejandro, foi presa na mesma operação. Ela dormia em uma casa de alto padrão em um condomínio no Arujá, região metropolitana de São Paulo, quando os policiais federais entraram no imóvel e lhe deram voz de prisão.

Segundo a Polícia Federal, Leonardo é acusado de ter gerenciado, a partir de Santa Catarina, negócios ilícitos ligados ao jogo do bicho, tráfico de drogas e de armas no estado do Ceará. Ele já é apontado pela PF como um dos novos líderes do PCC.

O sobrinho de Marcola está recolhido em uma unidade prisional de Santa Catariana. A Justiça do Ceará enviou na quarta-feira (12) ofício à Corregedoria dos Presídios de Fortaleza comunicando a autorização do recambiamento do preso para uma prisão de segurança máxima daquele estado.

A remoção deve acontecer nos próximos dias, sob forte escolta policial. Segundo policiais cearenses, a data não será divulgada para evitar possíveis ações do crime organizado, inclusive de resgate. Leonardo nasceu em 29 de junho de 1998 e poderá completar 26 anos em uma cela no Ceará.

Além dele e de Francisca, também foram presos Geomar Pereira de Almeida — apontado pela Polícia Federal como bicheiro —, a mulher dele e Menesclau de Araújo Souza Júnior, o Coxinha, acusado de gerenciar no Ceará os negócios dos irmãos Camacho.

Com os suspeitos presos, foram apreendidos veículos de luxo, joias, relógios, R$ 100 mil em dinheiro, documentos e telefones celulares. A cunhada de Marcola morou na Argentina e por isso a PF havia pedido a inclusão do nome dela na Difusão Vermelha, da Interpol (Polícia Internacional).

As prisões aconteceram no âmbito da Operação Primma Migratio, deflagrada pela FICCO (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) do Ceará, em ação conjunta com as FICCOs de São Paulo e de Santa Catarina, para desmantelar o núcleo gerencial e logístico do PCC no estado cearense.

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Movimentaram R$ 300 milhões

A PF informou que foram identificadas movimentações financeiras suspeitas superiores a R$ 300 milhões nas contas dos investigados. Foram expedidos 22 mandados de prisão preventiva e 36 mandados de busca e apreensão no Ceará, em São Paulo, em Santa Catarina e em Mato Grosso do Sul, além do sequestro de 42 veículos dos investigados.

As investigações duraram dois anos e apontaram que o PCC migrou parte de da estrutura gerencial de São Paulo para implantar no Ceará atividades clandestinas, como o tráfico de drogas e armas, a exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro das atividades ilegais em loteria esportiva administrada pela organização criminosa.

Ainda segundo a PF, parte dos R$ 300 milhões movimentados de forma suspeita nos últimos anos seria empregada na corrupção de servidores públicos. Foi decretada também a prisão de dois oficiais da Polícia Militar do Ceará acusados de integrar o núcleo logístico da organização.

Os mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos pela Vara de Delitos de Organização Criminosa do Ceará e um deles foi inserido na difusão vermelha da Interpol em razão de Francisca ter morado por um tempo na Argentina.

Marcola e o irmão estão confinados em pavilhões separados na Penitenciária Federal de Brasília. Fontes ligadas ao sistema prisional disseram que ambos ficaram desolados quando foram informados sobre as prisões de Leonardo e de Francisca.

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A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos presos na operação da PF, mas o espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado caso haja um posicionamento dos defensores dos suspeitos.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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