MP do CE denuncia parentes de Marcola à Justiça por organização criminosa
O Ministério Público do Ceará denunciou à Justiça o sobrinho e a cunhada de Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital), pelo crime de associação criminosa. Outras 20 pessoas também foram denunciadas.
Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, 25, o Léo, e Francisca Alves da Silva, 54, são acusados de gerenciar os negócios ilícitos do PCC ligados ao jogo do bicho, tráfico de drogas e de armas no estado do Ceará. Ambos estão presos.
Léo, fruto do relacionamento de Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha, com outra mulher, foi detido em Itajaí (Santa Catarina). Já Francisca, atual mulher do irmão de Marcola, recebeu voz de prisão em um condomínio de luxo em Arujá, na Grande São Paulo.
Além deles, os agentes também prenderam, em 24 de abril deste ano, Geoma Pereira de Almeida, 54, o Branco, apontado como um bicheiro, e Menesclau de Araújo Souza Júnior, 42, o Coxinha, responsável por administrar os negócios da família Camacho.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos denunciados. O espaço permanece aberto para manifestações. O texto será atualizado caso haja posicionamentos dos defensores.
As prisões aconteceram no âmbito da Operação Primma Migratio, deflagrada pela Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) no Ceará em ação conjunta com a Ficco de São Paulo e a de Santa Catarina, para desmantelar o núcleo gerencial e logístico do PCC no estado cearense.
Movimentaram R$ 300 milhões, diz MP
Segundo a Polícia Federal, foram identificadas movimentações financeiras suspeitas superiores a R$ 300 milhões nas contas dos investigados. A Justiça expediu 22 mandados de prisão preventiva, 36 mandados de busca e apreensão no CE, SP, SC e MS, e sequestrou 42 veículos dos suspeitos.
Na denúncia, promotores de Justiça afirmam que Francisca movimentou R$ 21.439.143 em suas contas entre 1º de janeiro de 2011 a 11 de setembro de 2023, e também que ela "se apresenta como a grande mantenedora da família Camacho e de seus agregados".
As investigações duraram dois anos e apontaram que o PCC migrou parte de da estrutura gerencial de São Paulo para implantar no Ceará atividades clandestinas, como o tráfico de drogas e armas, a exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro das atividades ilegais em loteria esportiva administrada pela organização criminosa.
A PF apurou ainda que parte dos R$ 300 milhões movimentados de forma suspeita nos últimos anos seria empregado na corrupção de servidores públicos. Foi decretada também a prisão de dois policiais militares por pertencerem ao núcleo logístico da organização.
Os mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos pela Vara de Delitos de Organização Criminosa do Ceará e um deles foi inserido na difusão vermelha da Interpol em razão de Francsica ter mantido residência recente na Argentina.
Marcola e o irmão Alejandro, também conhecido como Júnior, estão recolhidos na Penitenciária Federal de Brasília. Marcolinha e a mulher já moraram no Ceará.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos presos na operação da PF, mas o espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado caso haja um posicionamento dos defensores dos suspeitos.
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