Foto com Lula e Alckmin é criticada por retratar maioria de homens brancos

Uma fotografia do evento em que o ex-governador Geraldo Alckmin foi indicado como vice pelo PSB na chapa de Lula (PT) à Presidência da República, nesta sexta (8), vem sendo criticada nas redes sociais e aplicativos de mensagens por setores da esquerda. Ela conta com uma maioria de homens brancos e com cabelos grisalhos.

As duas únicas mulheres na foto são a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, e a socióloga Rosângela da Silva, companheira do ex-presidente. O prefeito de Recife, João Campos (PSB), com 28 anos, e o deputado estadual Caio França (PSB-SP), com 33, também são exceções.

A ausência de pessoas negras, de mulheres e de jovens produziu críticas pela falta de representatividade em uma reunião com nomes importantes dos dois maiores partidos de esquerda que chamou a atenção do público e da imprensa.

Os presentes perceberam a situação tanto que a própria Gleisi alertou para a necessidade de garantir a participação de mulheres nos próximos encontros. O PT e o PSB contam com mulheres, negros e jovens em cargos de direção partidária, ainda que não acompanhem a proporção desses grupos na sociedade.

A escolha dos presentes em um evento que quer demonstrar preocupação com a construção de um novo projeto de país precisa se atentar para esse tipo de preocupação. Uma liderança de um partido que deve apoiar Lula afirmou que se chapa quer ser uma alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL), lembrado por suas declarações machistas e racistas, tem que dar o exemplo.

Imagens que mostram maioria de pessoas brancas em reuniões políticas ou empresariais têm sido motivo de críticas por conta dos privilégios envolvidos. Em agosto do ano passado, por exemplo, a assessoria de mercado Ável, ligada à XP Investimentos, publicou uma foto com uma multidão de homens brancos, gerando fortes reações e produzindo um pedido de desculpas. Antes, esse tipo de imagem passaria despercebida. Agora, com o debate pautado na sociedade, não mais.