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'Pintou um clima' com meninas gera pedido de impeachment contra Bolsonaro
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Declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que "pintou um clima" entre ele e refugiadas venezuelanas de 14 anos levou à apresentação de um novo pedido de impeachment pelo líder da minoria no Senado Federal, Jean Paul Prates (PT-RN), nesta quinta (27).
Em entrevista a um podcast, Bolsonaro afirmou que elas estavam se arrumando para "ganhar a vida", sugerindo que eram exploradas sexualmente, quando, na verdade, participavam de uma atividade de uma ONG que dava curso de estética às refugiadas.
O caso, que gerou polêmica dentro e fora do país, foi comparado ao do então deputado estadual Arthur do Val, que durante viagem à Ucrânia mandou áudio a amigos dizendo que as refugiadas "são fáceis, pois são pobres". O episódio foi considerado um ataque à dignidade das refugiadas e ele teve o mandato cassado.
"Ao admitir realizar abordagem libidinosa com adolescentes venezuelanas de projeto social e ao associá-las, de forma discriminatória e xenofóbica, à exploração sexual comercial, o presidente da República, Jair Bolsonaro, atentou contra a dignidade, a honra e o decoro do cargo que ocupa, rebaixando a função pública que exerce, em total violação à Constituição Federal e ao povo brasileiro", afirma Prates no pedido.
"Logo, corrompeu mais uma vez a credibilidade do cargo e da própria instituição republicana que representa", conclui.
A demanda foi protocolada após o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, rejeitar na terça (25) cinco pedidos de investigação por conta da declaração. Segundo o magistrado, que foi indicado ao cargo por Bolsonaro, não há elementos suficientes para a abertura de um inquérito.
Considerando que Bolsonaro está no final deste mandato, não há chances reais chance de um processo de impeachment prosperar. Contudo, o senador relata à coluna que apresenta-lo é obrigação do Senado Federal. E que, se vivêssemos tempos "normais", esse tipo de situação derrubaria um presidente da República.