Leonardo Sakamoto

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Opinião

Braskem é Odebrecht e Petrobras, o que faz delas sócias do caos em Maceió

A Braskem está sendo retirada do Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores brasileira não apenas por afundar uma parte de Maceió após décadas de exploração de sal-gema, mas também por não dar uma resposta à altura da crise.

Isso já movimenta fundos de investimento internacionais que têm aversão a ativos envolvidos em catástrofes humanas e ambientais.

É confortável para os principais proprietários da empresa, uma das maiores petroquímicas do mundo, usarmos apenas o nome Braskem.

Por isso, de tempos em tempos, é importante lembrarmos que a Novonor (nome que a Odebrecht adotou para tentar lavar a imagem depois da Lava Jato) tem 50,1% do seu capital votante, sendo a sua controladora majoritária. Já a Petrobras, conta com 47%.

Lembrar isso é tão importante quanto foi deixar claro que a Samarco, responsável pela tragédia do rompimento da barragem do Fundão, em novembro de 2015, em Mariana (MG), que matou 19 pessoas, devastou o rio Doce em Minas Gerais e no Espírito Santo e atingiu até a vida no oceano Atlântico, é um joint-venture entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton.

A Petrobras é uma empresa de capital misto, mas controlada pelo governo brasileiro. Mesmo que a gestão da Braskem não coubesse a ela, os lucros da empresa fluíam para seus cofres. Por isso, a gigante brasileira tem sim responsabilidade corporativa sobre a catástrofe em Maceió.

Neste momento, há muita gente tentando barrar uma CPI da Braskem no Congresso Nacional. Cada um com seu interesse. Nem todos republicanos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL