Bolsonaro perdeu batalha nas redes sociais sobre operação da PF, diz Quaest
Jair Bolsonaro (PL) foi criticado em 58% das postagens em redes sociais que trataram da operação da Polícia Federal que cumpriu, nesta quinta (8), mandados de busca e apreensão e de prisão em meio à investigação sobre uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado. Outras 42% defenderam o ex-presidente.
Os dados foram coletados e analisados pela Quaest ontem, enquanto transcorriam a operação e seus primeiros desdobramentos.
De acordo com Felipe Nunes, diretor do instituto de pesquisa, o assunto alcançou 56 milhões de contas em redes sociais, à frente de operações como a da Abin contra o vereador Carlos Bolsonaro, a que tratava da falsificação dos cartões de vacina, a do escândalo das joias surrupiadas e da delação de Mauro Cid.
O alcance ficou atrás apenas do 8 de janeiro de 2023, dia dos atos golpistas em Brasília.
Segundo a Quaest, a esquerda celebrou a operação, bombando expressões como "Bolsonaro na cadeia", debochando dos alvos, como no uso do jargão "toc toc", e fazendo piadas com os alvos da investigação, incluindo os generais e outros militares.
Já a direita centrou o foco na narrativa de perseguição política contra a oposição e fez críticas ao Poder Judiciário, principalmente Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a operação.
Vale lembrar que a população está dividida a respeito da responsabilidade de Jair Bolsonaro pelas ações golpistas após a sua derrota para Lula no segundo turno da eleições de 2022.
Na última pesquisa Quaest sobre a percepção a respeito dos atos golpistas de 8 de janeiro, divulgada no mês passado, 47% dos entrevistados acreditavam que Bolsonaro teve influência sobre o ocorrido, contra 43% que pensavam o contrário, um empate técnico considerando a margem de erro.
Quase um ano antes, em fevereiro de 2023, eram 51% e 38%, respectivamente, mostrando que o tempo está diluindo a percepção sobre a responsabilidade de Jair.
No levantamento mais recente, 89% desaprovam e 6% aprovam as invasões e os vandalismo contra as sedes dos três poderes em Brasília.
E a polarização afeta o julgamento: entre os eleitores de Lula, 76% apontam responsabilidade de Bolsonaro nos atos golpistas, enquanto 81% dos eleitores do ex-presidente dizem que ele não teve nada a ver com isso.