Enel diz que vai disponibilizar mil equipes para evitar novo apagão em SP
A Enel, concessionária de energia de São Paulo, informou ao governo federal que vai disponibilizar mil equipes para trabalhar neste final de semana, com o objetivo de evitar novos apagões. A previsão do clima é de novos temporais para os próximos dias com raios e rajadas de vento de até 80 km/h.
Além da empresa, a Aneel e Arsesp —agências reguladoras federal e estadual— mobilizaram 4286 equipes das distribuidoras de energia de São Paulo para atender as ocorrências nas regiões que estão de sobreaviso: região metropolitana da capital paulista, baixada santista, Vale do Paraíba, litoral norte, Serra da Mantiqueira, regiões de Campinas, Sorocaba, Araçatuba, São José do Rio Preto, Bauru, Araraquara, Franca, Barretos e Ribeirão Preto, Vale do Ribeira e regiões de Itapeva, Presidente Prudente e Marília.
"Antecipando-se a esses eventos, a Enel Distribuição São Paulo manterá mobilizado o contingente com mais de 1.000 equipes disponíveis em campo, além de disponibilizar equipamentos de fornecimento de energia para gerenciar as contingências, incluindo 500 grupos geradores, 2 subestações móveis e 2 transformadores móveis", informa a Enel.
O plano da concessionária consta de documento enviado à Secretaria Nacional do consumidor, do Ministério da Justiça. No início da semana, o secretário Wadih Damous enviou uma lista de perguntas à Enel cobrando explicações para o apagão na capital paulista.
O corte de energia ocasionado pelo temporal que atingiu a cidade na última sexta-feira (11) deixou 3,1 milhões de clientes da concessionária sem luz — milhares dos quais permaneceram durante vários dias sem energia elétrica.
A empresa informou, ainda, que vai se comunicar com os clientes por meio de pré-alertas de eventos climáticos por e-mail e SMS.
"Estamos atuando conforme nosso plano de contingência para previsão climática para este final de semana. A previsão meteorológica para os dias 18, 19 e 20 de outubro indica a possibilidade de temporais acompanhados de raios e rajadas de vento entre 35 e 45 km/h, podendo atingir até 80 km/h."
Diagnóstico do apagão
A Enel informou que a tempestade do dia 11 matou 7 pessoas e impactou a rede elétrica, principalmente nas regiões Oeste e Sul, em São Paulo.
Entre de 11 e 16 de outubro a Enel disponibilizou 2.840 colaboradores para resolver o problema e restabelecer o fornecimento de energia elétrica, informa o documento.
"A rede de Alta Tensão da Enel SP acabou sendo impactada: desligamento de 17 linhas e de 11 subestações, e na rede de Média Tensão, com a perda de 221 circuitos."
A empresa informa que naquela noite conseguiu religar completamente cinco linhas e outras duas, parcialmente. "No decorrer da madrugada, sete subestações foram normalizadas. As mobilizações incluíram: dois helicópteros para inspeções de linhas; 500 geradores disponíveis para clientes críticos; e acionamento de reforços de equipes do Rio e Ceará, além de outras distribuidoras do Brasil, Chile e Argentina para suporte à contingência."
Cerca de 3,1 milhões de consumidores foram afetados.
No total, a empresa pagou R$ 11.369.814,36 de indenizações a 35.057 unidades consumidoras registradas como baixa renda. Outros R$ 1.115.634,27 foram pagos a 1.723 unidades consumidoras registradas como de eletrodependentes.
Secretaria vai apurar conduta da Enel
A secretaria informou que vai instaurar um processo administrativo para apurar os fatos e analisar a comprovação das alegações da Enel quanto:
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- a apresentação de um plano de contingência;
- a reparação aos consumidores nos eventos de 2023 e 2024;
- a responsabilidade pela manutenção da rede de fornecimento de energia elétrica, incluindo os protocolos de poda de árvores a partir da disciplina de arborização urbana vigente;
- e a identificação de eventuais falhas na prestação de serviço.
Antes, a secretaria instalou três processos administrativos sancionadores em face de três empresas concessionárias de serviço público de fornecimento de energia elétrica: Enel em São Paulo, Enel no Rio e Light.
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