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Mauricio Stycer

REPORTAGEM

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"Tá na cara que Téo Pereira seria bolsonarista", diz Paulo Betti

Colunista do UOL

05/10/2021 12h01Atualizada em 05/10/2021 21h48

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O ator Paulo Betti foi o convidado do UOL Entrevista nesta terça-feira (5). Conduzida por Fabiola Cidral, a conversa, como não poderia deixar de ser, misturou cultura e política o tempo todo. Fui um dos entrevistadores, ao lado de Diogo Schelp.

No vídeo acima, Betti fala de um dos seus personagens mais conhecidos, o jornalista de fofoca Téo Pereira, criado por Aguinaldo Silva para a novela "Império" (2014-15), atualmente sendo reapresentada pela Globo no horário nobre.

Teo Pereira  - Divulgação - Divulgação
Téo Pereira (Paulo Betti) em Império
Imagem: Divulgação

"O personagem é homofóbico, preconceituoso, um absurdo. E provoca graça", observa Betti. "As pessoas riem revelando um preconceito delas. Isso é perigoso. Parece que gostam mais dele hoje do que no passado... Ele é mau."

O ator lembra que o personagem seria interpretado por José Wilker, que morreu em abril de 2014. "Dei uma mergulhada de forma irracional no personagem. Ai veio aquela bicha velha, bicha louca... O Aguinaldo escrevia assim...Joga você no colo da bicha caricata. E agrada. É realmente um personagem ambíguo", conta.

Questionado por Fabíola se o personagem seria um apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o ator disse: "O Téo Pereira seria bolsonarista? Tá na cara".

Betti fala bastante na entrevista sobre o tema do engajamento político. Evitou comentar diretamente a polêmica que envolveu as atrizes Samantha Schmutz e Juliana Paes por causa de uma cobrança da primeira sobre a importância de "se posicionar" politicamente. Mas disse:

Às vezes as pessoas não querem fazer isso porque vão perder seguidores. Cada um mede com seu próprio sarrafo essa questão de se envolver ou não. Há um interesse econômico em jogo, que é você não desagradar parte de seu público manifestando sua opinião. Tem mil motivos que as pessoas não querem se expor, não querem falar. Muita gente está com medo, sim, medo, ameaça mesmo. Nós estamos vivendo um regime mesmo muito perigoso."

O ator faz também um mea culpa em relação a uma frase que disse em 2006, justificando o mensalão ("Não dá para fazer política sem botar a mão na merda") e diz que não concorda mais com essa ideia.

Veja abaixo a íntegra da entrevista: