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Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

É sempre bom lembrar, como fez Tralli, que jornalismo é trabalho de equipe

Na despedida de Cesar Tralli do SP1, o espectador viu a reação de funcionários em diferentes ambientes do telejornal - Reprodução
Na despedida de Cesar Tralli do SP1, o espectador viu a reação de funcionários em diferentes ambientes do telejornal Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

16/10/2021 06h01

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As mudanças profissionais de apresentadores de TV diferem das que ocorrem em outros ambientes de trabalho porque envolvem a relação com um grande número de pessoas. A troca de um profissional que mostra a sua cara periodicamente, seja num programa de auditório, seja num jornalístico, exige algum tipo de comunicação pública, uma satisfação ao espectador, na própria televisão.

Há sempre muita reclamação do público quando a emissora não concede ao apresentador que está deixando o seu posto a oportunidade de se despedir. Isso ocorre com mais frequência quando a mudança envolve algum tipo de litígio ou divergência com o profissional.

Isso já aconteceu em inúmeras situações. Cito duas mais recentes: a saída de Faustão, da Globo, em junho, e o afastamento de Adriana Araújo do Jornal da Record, no ano passado. Espectadores reclamaram muito, nos dois casos, da falta de uma despedida.

Confesso que não sou muito fã desse ritual. Acho que frequentemente descamba para o sentimentalismo extremo e para a autopromoção. Mas tudo bem. Se isso satisfaz o espectador, me rendo.

Essa longa introdução foi apenas para dizer que achei muito bacana a despedida de Cesar Tralli do comando do telejornal "SP 1" na sexta-feira (15). Na mais recente dança das cadeiras no jornalismo da Globo, após a ida de Maju Coutinho para o Fantástico, coube a ele comandar o Jornal Hoje.

Tralli estava havia dez anos à frente do telejornal local e, claro, se emocionou ao se despedir dos espectadores (veja no vídeo abaixo). Mas o que mais me tocou foi a menção repetida que ele fez ao "trabalho de equipe" que envolve a produção do telejornal. Foi muito significativa, por isso, a iniciativa de dividir a tela em três, para mostrar a equipe de jornalistas da redação, os cinegrafistas e o switcher (a sala de comando do programa).

Mais do que um gesto de generosidade, foi uma boa lembrança ao público, que às vezes se esquece deste detalhe.