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Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Por que Ratinho, um comunicador, é contra a difusão de notícias da guerra

O empresário e apresentador Carlos Massa, o Ratinho - Reprodução / Internet
O empresário e apresentador Carlos Massa, o Ratinho Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

02/03/2022 11h28

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Um dos comentários mais surpreendentes sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia foi feito pelo apresentador e empresário Ratinho. Numa mensagem postada no final do primeiro dia da guerra, ele convidou os seus seguidores a não acompanharem o noticiário sobre o assunto:

"Não assista noticiário de guerra. Não vai ajudar nada na sua vida. Esqueça. Tudo que você ver de guerra, não veja, apague. É bobagem. Só vai piorar a sua vida. Ver guerra pra quê? O que você ganha com isso? O que você vai mudar na sua vida? Se mudar, vai se pra pior".

O comentário acabou não tendo a repercussão devida porque Ratinho, na mesma mensagem, reproduziu, adaptando, uma frase que é atribuída a Erich Hartmann, um piloto alemão, condecorado por sua atuação na Segunda Guerra Mundial: "Essa guerra Rússia-Ucrânia são jovens que não se odeiam, não se conhecem, se matando, e velhos que se odeiam e se conhecem, mas não se matam".

Nas redes sociais, as discussões sobre a frase e a sua autoria acabaram deixando em segundo plano o comentário absurdo, ainda mais vindo de um empresário do ramo da comunicação. Por que Ratinho não quer que seus seguidores se informem sobre a guerra?

Uma explicação possível é o seu desejo que as pessoas consumam, sem maiores preocupações, o entretenimento popular que ele produz no SBT - e que vem enfrentando queda de audiência.

Para alguém que apoia incondicionalmente o presidente Jair Bolsonaro e tem um filho, Ratinho Júnior, no comando do governo do Paraná, convidar os seguidores a ignorar a realidade também pode ser entendido como um gesto político.