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Record parece diário oficial de Bolsonaro e silencia Lula no dia 7
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Entre as maiores emissoras de TV aberta, nenhuma fez uma cobertura do 7 de Setembro tão simpática a Bolsonaro quanto a Record. O principal telejornal da emissora tratou com naturalidade o fato de o presidente usar a festa do bicentenário da Independência para promover a sua candidatura à reeleição.
Em momento algum, o "Jornal da Record" observou que Bolsonaro criou uma situação totalmente atípica, tanto em Brasília quanto no Rio. Também não fez menção aos trechos mais criticados do discurso presidencial, no qual expôs a primeira-dama, propondo uma comparação com a mulher de outros candidatos, e se vangloriou de ser "imbrochável".
O "Jornal da Record" também não fez menção às críticas de outros candidatos sobre a postura de Bolsonaro. Lula nem apareceu no telejornal, sob a alegação de que não teve agenda nesta quarta-feira.
O "SBT Brasil" e o "Jornal da Band" também deixaram de mencionar os trechos mais críticos dos discursos de Bolsonaro, nem sublinharam que ele estava em campanha eleitoral durante os atos cívicos do bicentenário. Ambos os telejornais isolaram a presença do presidente na parada militar de sua participação no comício, em Brasília, como se tivessem sido duas atividades diferentes e separadas.
SBT e Band, diferentemente da Record, porém, mencionaram as críticas de outros candidatos aos atos de Bolsonaro. Também registraram que o caso será judicializado.
Apenas o "Jornal Nacional", da Globo, tratou de forma objetiva e direta os acontecimentos de 7 de Setembro. Já na abertura, os apresentadores afirmaram: "No ano do bicentenário da Independência, o presidente Jair Bolsonaro usa os desfiles cívicos militares tradicionais para fazer propaganda eleitoral. Em Brasília, com a ausência dos presidentes da Câmara, do Senado e do STF, ele discursa por dez minutos com elogios ao próprio governo e comentários machistas. Depois, embarca para o Rio, onde milhares de apoiadores atenderam à convocação (...) ainda ouviram um segundo discurso de campanha."
O JN observou que o uso eleitoral dos atos cívicos foi "uma situação que o Brasil não tinha registrado desde que se tornou uma democracia". O telejornal deu ainda bom espaço para as críticas de Lula, Simone Tebet e Ciro Gomes à forma como o presidente se comportou neste dia.
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