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Rogério Gentile

REPORTAGEM

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Vítimas de Roger Abdelmassih brigam entre si na Justiça

Ex-médico Roger Abdelmassih ao ser preso no Paraguai - Divulgação
Ex-médico Roger Abdelmassih ao ser preso no Paraguai Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

03/05/2021 10h24

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A estilista V.L. e a empresária I.S. são vítimas do ex-médico Roger Abdelmassih, um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país, condenado a 181 anos de prisão por crimes sexuais contra pacientes.

Depois que o caso veio à tona, em 2009, V.L. e I.S. tornaram-se também líderes na luta contra o abuso e a exploração sexual de mulheres e integrantes de um grupo de apoio chamado "Vítimas Unidas".

Divergências e a disputa por protagonismo acabaram, no entanto, levando à cisão do grupo e a uma troca de ofensas e de acusações judiciais.

A empresária afirmou à Justiça que, em 2018, a estilista desencadeou uma "onda injustificável de ataques" pelo fato de ela ter sido homenageada no exterior.

Segundo I.S., em 2018, V.L. enviou 48 mensagens a pessoas que integram um comitê de direitos humanos acusando-a de "corrupta", "líder de quadrilha" e dizendo que ela "usa o fato de ter sido vítima de estupro como escudo para condutas ilícitas". "Ela age como verdadeira "stalker", uma perseguidora", disse a empresária.

V.L. se defendeu no processo declarando que I.S. tenta se promover às suas custas e que ela a atacou primeiro. A estilista afirma que o fato de ter lançado uma autobiografia e de ter sido capa da revista "Veja" deixou a empresária enciumada.

"Com evidente ciúme, passou a ofender V.L. em redes sociais, afirmando que sua autobiografia 'seria um livro de ficção', que seria 'louca' e 'descompensada', tudo com o evidente propósito de desmerecer a autobiografia, prefaciada por Sergio Moro", afirmou a defesa da estilista no processo.

A estilista declarou ainda que as mensagens não tinham a intenção de difamar a empresária, mas de informar os membros do comitê sobre a sua conduta "duvidosa".

Por conta dos e-mails, V.L. foi condenada em abril a indenizar I.S. em R$ 5.000. O juiz Fabio de Souza Pimenta, da 32ª Vara Cível de São Paulo, afirmou na sentença que a relação conflituosa entre as duas não concede à estilista o direito de ofender a antiga colega.

A estilista ainda pode recorrer da decisão.