Em festa esvaziada, José Dirceu diz que recebeu duas missões de Lula

O ex-ministro José Dirceu (PT) afirmou hoje que foi convocado pelo presidente Lula para duas tarefas: ajudar a organizar as eleições internas do partido como militante - e eleger Edinho Silva como presidente nacional - e voltar à política institucional como candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026. Decisão que, segundo Dirceu, ainda não está tomada.

"Isso eu vou fazer no final do ano. Agora, temos de governar o Brasil, apoiar o presidente para sairmos do problemas que estamos enfrentando no país e também com a situação internacional, que é muito grave."

Para o ex-ministro, o governo deve focar suas ações nas áreas que interferem diretamente na vida das pessoas, especialmente as mais pobres, como preço dos alimentos e segurança pública.

"O país não está parado. Mesmo com os juros mais altos, temos condições de fazer o país crescer. Mas não vou participar de governo, nada disso, vou ajudar como cidadão mesmo", afirmou.

As declarações foram dadas no Espaço Cultural Elza Soares, galpão do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) no centro da capital paulista. O local promove hoje mais uma festa em comemoração aos 79 anos do político.

Festa para a militância

Diferentemente da última terça-feira, quando Dirceu reuniu ministros de Lula e representantes da direita à esquerda em um bar de Brasília, a comemoração deste sábado foi esvaziada de políticos. Até mesmo de petistas.

José Dirceu posa para foto com apoiadores em festa no galpão do MST
José Dirceu posa para foto com apoiadores em festa no galpão do MST Imagem: Adriana Ferraz/UOL

Apenas no meio da tarde que nomes mais relevantes do partido em São Paulo, como os deputados Rui Falcão e Emídio de Souza, chegaram para a festa, repleta de ativistas políticos e militantes do MST — 600 pessoas, segundo a organização.

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Pouco antes das 15h, Dirceu fez um discurso aos convidados no qual, mais uma vez, criticou o bolsonarismo e reforçou que o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é um deles.

"Tarcísio acha que vai ganhar (a eleição) em 2026? Vai nada. Nós vamos ganhar", afirmou em meio a críticas sobre a atuação do ex-ministro de Bolsonaro na área da segurança pública. "O que temos aqui é um esquadrão da morte."

A festa de Dirceu concorreu com a eleição da mesa diretora da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), que deve reconduzir André do Prado (PL), aliado de Tarcísio, à presidência da Casa.

Disputa interna

Já a eleição do PT segue sem consenso. Na quarta, 12, o deputado federal Rui Falcão publicou uma carta na qual sugere possível intenção de se candidatar ao cargo de líder nacional do partido. Ele já ocupou o posto entre 2011 e 2017.

Outro possível nome a ser lançado é o do senador Humberto Costa, atual presidente interino. O parlamentar assumiu a função depois que a deputada Gleisi Hoffmann foi empossada ministra de Relações Institucionais do governo.

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A eleição está marcada para 6 de julho. Até lá, com a ajuda de Dirceu, Lula espera pacificar as disputas internas em torno da candidatura de Edinho Silva.

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