Rogério Gentile

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Thiago Brennand terá de pagar R$ 60 mil por ofender advogada de vítima

O empresário Thiago Brennand foi condenado pela Justiça paulista a pagar uma indenização de R$ 60 mil à advogada Gabriela Manssur.

Brennand ficou conhecido nacionalmente em 2022 após ser flagrado por câmeras de segurança agredindo uma modelo em uma academia de ginástica de São Paulo. Foragido, acabou sendo preso nos Emirados Árabes e extraditado para o Brasil.

Desde então, já sofreu três condenações em processos criminais em primeira instância por agressões a mulheres. A última ocorreu em janeiro quando recebeu uma pena de oito anos de prisão em uma acusação de estupro. A vítima é uma massagista, que o havia atendido em 2022.

Ex-promotora de Justiça, Gabriela é advogada da modelo agredida na academia.

Antes de ser preso, Brennand publicou um vídeo nas redes sociais chamando a advogada de "bandida, maloqueira e canalha" e acusando-a de praticar tráfico de influência.

Por conta das afirmações, a advogada abriu duas ações contra o empresário. Uma queixa-crime e um processo cível por dano moral nos quais afirma que Brennand a ofendeu com "um comportamento costumeiro de homens covardes" que desqualificam pessoas do gênero feminino, "principalmente quando ocupam cargos de poder e liderança".

No processo criminal, a punição foi extinta, pois a Justiça considerou que prazos legais para a regularização da ação haviam sido perdidos. Gabriela recorreu, mas ainda não houve novo julgamento.

A indenização de R$ 60 mil, que ainda será acrescida de juros e correção monetária, foi determinada pela Justiça no processo cível em decisão publicada no dia 5 de junho.

Brennand está preso

Brennand, que está preso desde abril de 2023 no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na capital paulista, ainda pode recorrer.

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A coluna procurou o escritório de advocacia que o representa no processo, mas não obteve retorno.

Em relação às condenações por agressões contra as mulheres, Brennand nega que tenha cometido os crimes. Disse ser alvo de um conluio e perseguição e que "obviamente" não estuprou ninguém.

"Não estou fugindo. Prisão ilegal? Quem vai se submeter a um Estado de exceção. Vocês mexeram com a pessoa errada. Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual inegociável. Armamentista, óbvio. Conservador, sempre", declarou em um vídeo divulgado no período em que estava foragido.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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