Invasores recuam de cerco à base de fiscais; Força Nacional enviou reforço
O grupo de invasores da Terra Indígena Apyterewa, no Pará, recuou do cerco à base utilizada por equipes de fiscalização do Ibama e da Funai e liberou as vias de acesso ao lugar. O recuo ocorreu horas antes da chegada de um grupo de 20 policiais da FN (Força Nacional), determinado como reforço à segurança das equipes.
A dúvida agora é saber se a fiscalização será retomada ou se o Ibama vai desistir da operação, que envolvia multar e dar um ultimato aos invasores para que deixem a terra indígena. Segundo o órgão, a equipe estava cumprindo uma ordem judicial cujo conteúdo não foi revelado.
Um grupo das famílias que ocupam ilegalmente a terra indígena havia cercado e ameaçava invadir a base nesta quinta-feira (19). Em reação à fiscalização que era feita desde o começo da semana dentro da Terra Indígena Apyterewa, eles queimaram uma ponte e ameaçaram a equipe. Acuados, os fiscais regressaram à base, onde houve o cerco.
Na tarde da quinta-feira, a pedido do MPF (Ministério Público Federal) no Pará, o juiz federal de Redenção (PA) Francisco Moura Junior ordenou a desobstrução do local, sob pena de uma multa de R$ 20 mil por hora. Por volta das 22h00 da própria quinta-feira, os manifestantes, que eram de 40 a 50, deixaram o local, e não regressaram ao longo da sexta-feira (20).
Os invasores há anos ocupam ilegalmente a Terra Indígena Apyterewa, fazendo com que os indígenas parakanãs fiquem encurralados num canto estimado em 20% do território. Os índios evitam caminhadas e caçadas na mata para não haver confronto com os invasores. Segundo os indígenas e indigenistas, há cerca de 1,5 mil pessoas ocupando ilegalmente a terra indígena.
A desocupação da TI Apyterewa era um dos condicionantes para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, obra inaugurada pela presidente Dilma Rousseff em 2016, mas nunca foi cumprida. O governo Michel Temer chegou a iniciar um processo de desocupação da área, mas o interrompeu. Desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro, a invasão só aumentou, pois as famílias, apoiadas por políticos da região, fazem pressão para que a demarcação da terra indígena nos atuais limites seja anulada.
Os representantes dos invasores dizem que "são mais de 3 mil famílias de produtores rurais", de acordo com Igor Franco, advogado das famílias e procurador do município de São Félix do Xingu (PA).
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