Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Centrão de Lira e Pacheco, militares e bolsonaristas em rota de colisão
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Começou a guerra dentro do governo. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ameaça com impeachment o presidente da República e o assessor internacional do Planalto, Filipe Martins, faz um gesto obsceno nas costas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Mais: em sua despedida do Ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello diz que foi "alvo de pessoas políticas". Por quê? "Por causa do dinheiro."
Não, não é exagero. Basta rever o vídeo com o discurso de Arthur Lira na sessão plenária da quarta-feira, 24. Ele diz claramente que os remédios políticos do Parlamento são aplicados quando a espiral de erros de avaliação se torna uma escala geométrica incontrolável e, aí, os remédios do Parlamento são "amargos" e "fatais".
No Senado, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, membro da tropa de choque bolsonarista no governo, foi triturado pelos senadores, que cobraram sua demissão.
Sentado atrás de Rodrigo Pacheco, durante o depoimento do ministro, o assessor internacional da Presidência da República fez um gesto que aqui no Brasil, desculpem, aponta para a região anal. Nos Estados Unidos, o gesto é usado pelos supremacistas brancos.
Martins é ligadíssimo aos filhos Zero Dois e Zero Três do presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Deixou Rodrigo Pacheco furioso. O senador está cobrando do Planalto sua demissão sumária. O rapaz alega que estava apenas ajeitando a lapela do paletó. Assista ao vídeo e veja como essa explicação é estapafúrdia.
E quanto a Pazuello? Bem, o general de três estrelas, como eu disse antes, despediu-se dos amigos no Ministério dizendo que políticos corruptos haviam pedido sua cabeça. Estava na presença do seu sucessor, Marcelo Queiroga, Como se sabe, Arthur Lira havia apadrinhado uma médica de São Paulo para o cargo antes de Queiroga,
O episódio fez os políticos lembrar a militares e ao centrão o tanto que uns desprezam os outros. Lembrou também aquele célebre discurso do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, durante a campanha eleitoral de Bolsonaro. Ele cantou: "se gritar pega centrão, não fica um, meu irmão."
Enfim, esses três grupos - o centrão, os bolsonaristas e os militares - são belicosos e gostam de lutar pelo Poder. Bolsonaro juntou os três e a guerra já começou.
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