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Tales Faria

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Hackers do Ministério da Saúde têm cara, dente e pele de jacaré

Chefe da Sucursal de Brasília do UOL

12/12/2021 10h56Atualizada em 13/12/2021 16h04

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Já dizia o ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul Leonel Brizola: se você encontrar algo com cara de jacaré, dente de jacaré e pele de jacaré, pode acreditar é um jacaré.

Essa história do hackeamento do site do Ministério da Saúde tem cara, dente e pele de jacaré. É muita coincidência.

Primeiro vandalizaram o sistema para adulterar carteiras de vacinação de figuras públicas, como a ex-deputada Manoela D'Ávila, que foi candidata a presidente da República pelo PCdoB. Depois, no meio de um baita desentendimento entre o presidente Bolsonaro, o governador tucano de São Paulo, João Doria, e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em torno da exigência de comprovação de vacinação para que viajantes estrangeiros possam entrar no país, aparece esse ataque hacker ao sistema do Ministério da Saúde. E qual a saída possível? Adiar a vigência da cobrança, como queria Bolsonaro.

Isso é um jacaré. Não pode ser mera coincidência.

Outra coisa: em fevereiro o site do Ministério da Saúde já havia sido atacado por um hacker que deixou como recado que o sistema é muito frágil. No último dia 6, sofreu um apagão após o ministro Marcelo Queiroga anunciar novas regras de notificação. Tenho uma sugestão: que tal o presidente Bolsonaro determinar que seu ministro solicite ajuda do Tribunal Superior Eleitoral. Afinal, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, já mostrou mais competência que o Queiroga, quando provou aos bolsonaristas que o sistema eleitoral não é frágil. Aliás, Barroso provou isso usando hackers do bem.

Que tal os jacarés que atacaram o Ministério da Saúde saírem desse pântano e se voltarem para o lado do bem?