Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Bolsonaro deflagrou o movimento dos servidores com o jogo do mente-mente
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Uma greve geral do funcionalismo público acabará desgastando os próprios servidores. Mas como na maioria dos problemas desse governo, quem deu início ao movimento dos servidores por reajuste salarial foi o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Foi ele quem começou a confusão, levantando a lebre do reajuste apenas para os servidores de sua base eleitoral, os funcionários da área de segurança pública, como policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penais.
Depois de sua fala é que o movimento dos servidores cresceu. A pauta das manifestações de hoje é por "reposição linear dos salários" para todas as categorias. Isso daria um gasto adicional de R$ 3 bilhões no Orçamento da União. Mais um furo no teto.
Curiosa é a postura do ministro da Economia, Paulo Guedes. Na quinta-feira ele se reuniu com representantes dos auditores fiscais, que estão em operação desde dezembro. Negou a concessão de reajuste. Mas, antes, se mostrou disposto a atender o pedido do presidente em relação aos funcionários da área de segurança.
É assim com todos os ministros do Bolsonaro, Ele determina uma barbaridade qualquer e os sabujos aceitam, tentando iludir a opinião pública.
Essa encrenca com o funcionalismonão tem jeito, vai parar no Congresso. E estamos num ano eleitoral.
Não é impossível que venha aí algum reajuste. Pode ser até nessa nova mecânica adotada pelo presidente Bolsonaro: o Congresso concede, o presidente veta, mas aceita que os parlamentares derrubem o veto.
Ou seja: Bolsonaro fura o ajuste fiscal, fingindo que não foi ele, e posa para seu eleitorado como quem concedeu as benesses. É o jogo do mente-mente.
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