Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Ao renegar o AI-5 Bolsonaro trai os bolsonaristas e suas próprias ideias
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Agora o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), resolveu declarar que quem defende o Ato Institucional número 5 é digno de pena.
Ele que já promoveu diversas manifestações, antes e depois de assumir o comando do Palácio do Planalto, com faixas e cartazes em defesa da volta da ditadura, do AI-5, da invasão do Supremo Tribunal Federal.
Uma dessas manifestações, inclusive, foi em frente ao quartel general do Exército, em Brasília.
Seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), chegou a ameaçar publicamente a oposição com a reedição do malfadado Ato Institucional que marcou a fase mais dura e sangrenta da ditadura militar.
Mas agora as pesquisas eleitorais encomendadas pelos aliados do governo mostram que o radicalismo autoritário dos bolsonaristas espanta os eleitores. E que, por conta disso, pararam de crescer as intenções de voto no presidente da República.
O que faz Bolsonaro? Larga os bolsonaristas e trai suas próprias ideias de defesa da ditadura. Revela que, na verdade, só tem um único propósito: se reeleger. Este é o projeto a ser alcançado e, para o qual, vale tudo. Vale trair suas próprias ideias, e suas alianças.
Há bolsonaristas, digamos raiz, alarmados e pulando do barco, como o ex-ministro Abraham Weintraub. Mas o curioso é que boa parte dos bolsonaristas aceitam a mudança de posição imediatamente e repetem em coro que também nunca defenderam o AI-5.
É deles que o presidente diz ter pena?
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