Incluído em investigação por golpismo, Valdemar prometeu não atacar urnas
![O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, durante entrevista coletiva em Brasília O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, durante entrevista coletiva em Brasília](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/0f/2024/01/12/8nov2022---o-presidente-do-pl-valdemar-costa-neto-durante-entrevista-coletiva-em-brasilia-1705090401240_v2_450x600.jpg)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a inclusão de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado por considerar que ele pôs as estruturas partidárias a serviço dos ataques à democracia.
Meses antes, Valdemar garantiu numa conversa reservada e pessoal com Moraes, que não acataria tentativas de invalidar a eleição caso o então presidente Jair Bolsonaro, candidato derrotado à reeleição em 2022, não reconhecesse o resultado.
No final de setembro de 2022, dias antes da eleição, Moraes recebeu lideranças partidárias no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que ele preside. Entre elas estava Valdemar. Após mostrar que a sala de totalização de votos não era secreta, como insistia em dizer Bolsonaro, Moraes conversou a sós com Valdemar.
Questionou se ele questionaria o resultado das urnas como ameaçava fazer o candidato de seu partido. Valdemar disse que não. Mas descumpriu a promessa.
Na operação desta quinta-feira, os investigadores sustentam que Valdemar cedeu comitê de campanha do PL para realizar ajustes na minuta de golpe.
"O avanço das investigações demonstrou a instrumentalização do Partido Liberal 'para financiar a estrutura de apoio às narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas, de modo a legitimar as manifestações que ocorriam em frentes as instalações militares", diz a Procuradoria-Geral da República.
O ápice da estratégia ocorreu, de acordo com investigadores, no dia 22 de novembro, quando a Coligação PELO BEM DO BRASIL (formada à época pelo Partido Liberal, Republicanos e Progressistas), ingressou com ação judicial 'Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária' com pedido que, na prática, anularia os votos computados pelas urnas fabricadas antes de 2020".
Os documentos mostram que o PL pagou R$ 1.225.000,00 ao Instituto Voto Legal para produzir relatório contestado a lisura das urnas.
"Mesmo os investigados tendo ciência da chance remota de êxito, a estratégia adotada teve a finalidade de servir de fundamento para a tentativa de execução do Golpe de Estado, que estava em curso desde novembro de 2022", dizem os investigadores.
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