O presidente Bolsonaro está sendo emparedado por Olavo de Carvalho
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O professor de filosofia online Olavo de Carvalho é useiro e vezeiro em passar o pires para os seus discípulos toda vez que precisa de dinheiro.
Em março de 2019, ele pediu ajuda em suas redes sociais porque tinha despesas médicas e impostos a pagar. E recorreu ao plural majestático para acrescentar uma pitada de heroico vitimismo à vulgaridade do pleito (afinal, médicos e impostos, quem não?).
"Acossados por uma rede internacional de caluniadores e difamadores, recebemos ainda uma cobrança monstruosa de despesas médicas e impostos, e vamos precisar DESESPERADAMENTE da ajuda dos nossos amigos", escreveu.
A mensagem já adiantava que o professor não poderia oferecer aos seus alunos nada além de sua eterna gratidão e uns livros autografados. Sem mais, informava os dados bancários para depósito.
Na época, Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três do presidente, foi um dos olavistas que subiram a hashtag #Olavoconteconosco. A jornalistas, o professor de filosofia online não quis dar detalhes sobre a natureza de suas dívidas e declarou que, tão logo conseguisse quitá-las, disponibilizaria satisfações aos doadores em forma de um relatório que até hoje não viu a luz do dia.
Desta vez, no entanto, Olavo de Carvalho dirigiu-se não aos seus discípulos, que volta e meia ele chama de imbecis nos vitupérios gravados e regados ao licor de laranja que ele gosta de bebericar, mas ao presidente Bolsonaro.
Na descrição do guru, o presidente da República é praticamente um banana e vive cercado de "generais covardes, traidores e vendidos".
Nunca fez nada para defendê-lo e nem liga para a criminosa perseguição que vem sendo perpetrada contra ele. "Só essas multas que os caras estão cobrando de mim é (sic) para me arruinar totalmente. Como é que eu vou poder sobreviver aqui os EUA sem um tostão furado?", pergunta.
E dirigindo-se a Bolsonaro, afirma: "Você não é meu amigo, não! Você simplesmente se aproveitou. E vai me dar uma condecoração? Enfia a condecoração no cu, tá certo?".
A revolta de Olavo não por acaso se dá no momento em que Bolsonaro —sem o apoio de lavajatistas pró-Moro e de parte da classe média decepcionada com sua performance na crise do coronavírus— se refugia no seu núcleo duro, fortemente influenciado pelas ideias de Olavo.
A última coisa que o presidente quer hoje é arrumar briga com o segmento que mantém seus 30% de popularidade.
Olavo sabe disso.
Dirigindo-se ao presidente, vociferou no vídeo:
"Se você não me ajudar, eu derrubo o seu governo".
Olavo mora nos Estados Unidos, mas, no Brasil, o nome disso é chantagem.
Até agora, Bolsonaro não deu um pio.
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